Lula admite ajustes em ministérios, mas descarta mudanças em julho e troca no Desenvolvimento Social

Lula admite ajustes em ministérios, mas descarta mudanças em julho e troca no Desenvolvimento Social

Presidente da República concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Record

Correio do Povo

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu que o Governo Federal deverá passar por uma "acomodação de alguns partidos" em ministérios nos próximos meses. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Record, na noite desta quinta-feira, o chefe do Executivo reiterou que as alterações são naturais e indicou que não devem acontecer antes de agosto. 

"O que pode acontecer a partir das férias dos deputados é que alguns partidos políticos queiram vir a fazer parte da base do governo. Não é nem uma reforma, é apenas acomodação de alguns partidos que ficaram fora mas que querem participar", pontuou sobre reajustes após o recesso do Congresso Nacional. "Essa é uma coisa mais natural. Lamentavelmente, no Brasil se adotou a ideia de dizer que é a política do "é dando que se recebe". Quando as pessoas falam isso, as pessoas estão negando o que é cultura política no mundo. Você faz acordo político, você faz composição política, você faz fusão de partido", acrescentou. 

Lula garantiu que os processos serão feitos de maneira transparente e descartou alterações nos ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde. "Esse ministério (do Desenvolvimento Social) é um ministério meu. Esse ministério não sai. A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério. É só fazer uma inversão de valores". 

Elogios do Mercado para Haddad

Após a aprovação da reforma tributária, Lula enalteceu o trabalho do ministro da Economia, Fernando Haddad, mas disse que não leva em consideração elogios do "povo da Faria Lima". "Esse povo nunca gostou do PT, nunca votou no PT, nunca gostou do Haddad, nunca votou no Haddad e não vai votar. Esse povo não teve coragem de brigar com o Guedes. Esse povo não teve coragem de brigar quando o Guedes destruiu a economia desse país".

Haddad voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a taxa de juros. "A função dele também é gerar empregos. É a função dele. Também é fazer a economia crescer (...) Não tem um setor da sociedade, a não ser algum setor da Faria Lima que concorda com essa taxa de juro". 

Estudos na Amazônia

Lula festejou o encontro entre os oito países amazônicos, previsto para acontecer em agosto. Segundo ele, o presidente da França, Emmanuel Macron, foi convidado, mas ainda não confirmou presença. "Eu o convidei pessoalmente. Seria importante que ele viesse, porque não é ficar falando da Amazônia lá da Europa". 

O presidente defendeu que o debate sobre a floresta seja amplo e leve em consideração a população local. "Nós temos que saber que na Amazônia brasileira moram 28 milhões de pessoas que querem ter direito à cidadania, querem ter direito à moradia, querem ter direito ao emprego na Amazônia.

Conforme Lula, o desejo brasileiro é estudar a riqueza da biodiversidade brasileira.
"O Brasil não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade. A gente quer utilizar a ciência para que a gente possa estudar com afinco com o mundo inteiro, a riqueza da nossa biodiversidade". 


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