Lula busca diversidade, com recorde de mulheres e negros no governo

Lula busca diversidade, com recorde de mulheres e negros no governo

Equipe com 37 nomes agrega até legendas que trabalharam contra a eleição do petista, como União Brasil, partido de Sérgio Moro

Christina Lemos, do R7

publicidade

Um rápido balanço do terceiro anúncio de ministros do time de primeiro escalão de governo indica o esforço do petista Luiz Inácio Lula da Silva para integrar à equipe, além do amplo arco partidário que apoiou sua eleição, até mesmo adversários, como o União Brasil, partido que resultou da fusão de opositores históricos do presidente eleito: Democratas e PSL. Com 37 titulares, a nova equipe ministerial reúne o maior número de mulheres, 11 ao todo, e de pretos, 5, além de uma indígena.

O discurso do novo governo para aumentar a equipe ministerial em 14 novos postos sustenta que é preciso partilhar o poder executivo com forças políticas que viabilizaram a vitória de Lula e permitir a formação de uma frente ampla pela governabilidade. O aumento da representação feminina foi registrado como avanço pelo presidente eleito, que também promete indicar mulheres para o comando dos dois principais bancos estatais: Caixa Econômica e Banco do Brasil, braços operadores das ações sociais e de fomento do governo federal.

Para sinalizar diversidade racial, o novo governo também terá um recorde de ministros pretos, 5 ao todo, além de uma pasta criada exclusivamente para agregar uma representação indígena à equipe – Sônia Guajajara será a ministra dos Povos Indígenas.

Para contemplar aliados entre os partidos de centro, o presidente eleito entregou, por exemplo, três pastas importantes ao MDB: Transportes, Cidadania e Planejamento. A legenda retorna, assim, a ministérios que já dominou em outras gestões, com orçamento robusto para tocar obras e capilaridade federal. No caso do Planejamento, o arranjo de última hora busca contemplar Simone Tebet, que ficará com a chave do cofre federal.

O xadrez, no entanto, que mais uma vez garante ao PT as posições chave principalmente no núcleo central de governo, deixará insatisfeitos aliados que ficaram de fora da Esplanada, entre eles o PV e o Solidariedade. As legendas ainda podem ser contempladas com escolhas de postos do segundo escalão que estarão sobre a mesa nas próximas semanas.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895