Lula chamará chefes de Estado aliados para posse, mas presença de Maduro está proibida no Brasil

Lula chamará chefes de Estado aliados para posse, mas presença de Maduro está proibida no Brasil

Aliado do presidente eleito, o líder venezuelano tem entrada banida em razão de uma portaria editada por Jair Bolsonaro

R7

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer todos os chefes de Estado aliados ao Brasil na cerimônia de posse e, para isso, já enviou um comunicado ao Itamaraty em que solicita o convite formal às autoridades. No entanto, um dos convidados, o líder venezuelano Nicolás Maduro está impedido de vir ao país, em razão de uma portaria editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019. 

O documento, assinado pelos então ministros Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), proíbe a entrada no Brasil de "altos funcionários do regime venezuelano". A justificativa é que os atos do atual regime "contrariam princípios e objetivos da Constituição Federal, atentando contra a democracia, a dignidade da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos". 

Para Maduro vir à posse, a portaria precisaria ser revogada, o que a equipe de transição de Lula considera improvável. Uma das alternativas estudadas por aliados do petista é a emissão de um salvo-conduto para garantir a entrada do presidente venezuelano no Brasil. O convite a Maduro se estende a todos os chefes de Estado que possuem relação diplomática com o Brasil, conforme o comunicado enviado por Lula ao Itamaraty. 

Em 2019, quando Maduro tomou posse, o presidente Bolsonaro indicou apoio à saída do presidente venezuelano, após uma reeleição não reconhecida pela comunidade internacional. O presidente brasileiro reconheceu Juan Guaidó, adversário de Maduro, como presidente da Venezuela.

Na posse de Bolsonaro, em 2018, o governo da Venezuela negou um convite feito por autoridades brasileiras para participar da cerimônia. 

No novo governo, Lula quer retomar a aliança com a Venezuela e estreitar os laços com Maduro, como informam interlocutores do petista. Uma das primeiras ações será deixar de reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela. Outra medida será reabrir as representações diplomáticas do Brasil em Caracas e no restante do país — elas foram fechadas pelo ex-chanceler Ernesto Araújo. 

Pelas redes sociais, Maduro já manifestou alinhamento com o presidente brasileiro eleito. Ele comemorou a vitória de Lula nas urnas. "Vivam os povos determinados a ser livres, soberanos e independentes! Hoje no Brasil a democracia triunfou. Parabéns, Lula! Um grande abraço!", publicou Maduro. 


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