Lula nega perseguição a Bolsonaro e defende operação na Abin

Lula nega perseguição a Bolsonaro e defende operação na Abin

Presidente defendeu independência da Polícia Federal e comentou a necessidade de investigação, mas sem pirotecnia

Correio do Povo

Lula nega perseguição a Bolsonaro e defende operação na ABIN

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Um dia depois da operação da Polícia Federal (PF), que mirou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), suspeito de estar envolvido em irregularidades relacionadas à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre a situação e negou o governo atual esteja perseguindo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele defendeu a realização da ofensiva e mencionou a independência da PF e do Judiciário.

"O que posso falar sobre isso é que ele (Jair Bolsonaro) disse uma grande asneira. O governo brasileiro não manda na Polícia Federal e muito menos na Justiça. Existe um processo de investigação e há uma decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou fazer uma busca referente às irregularidades na ABIN. Eu espero apenas que todas as pessoas tenham direito à presunção de inocência, coisa que não tive”, disse Lula em entrevista à Rádio CBN, de Recife.

Em sua fala, Lula ainda recordou as iniciativas de Bolsonaro relacionadas à PF durante a gestão do último presidente. “Quando ele foi presidente, ele tentou mandar na Polícia Federal, trocando o superintendente a bel-prazer. A Polícia Federal é uma instituição muito importante para o Brasil, é uma instituição de inteligência. Acho apenas que ela não pode fazer pirotecnia. Quer investigar? Investigue. Mas não faça show e nem destrua a imagem das pessoas”, argumentou.

Questionado sobre se a ABIN passa segurança ao governo federal, Lula disse: “A gente nunca está seguro”, afirmou antes de explicar a entrada de Luiz Fernando Corrêa na direção-geral da agência. “O companheiro (Luiz Fernando Corrêa) que indiquei para dirigir a ABIN é uma pessoa que eu conheço, e que foi meu diretor da PF entre 2007 e 2010. Eu o chamei porque não conhecia ninguém na ABIN. Na equipe dele, houve mudanças, só que dentro deste time tinha alguém com relação com o Alexandre Ramagem (deputado federal do PL-RJ). Se isso for verdade, não há clima para este cidadão continuar lá. É importante investigar, apurar, mas é necessário garantir o direito de defesa”, salientou.

Na semana passada, a Polícia Federal abriu uma operação que investiga espionagens ilegais na Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes foram às ruas cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, dentre eles o deputado federal Alexandre Ramagem. Nessa segunda, um dos alvos foi o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Bolsonaro.

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