Lula põe no Planalto petista que foi alvo de inquérito de rachadinha

Lula põe no Planalto petista que foi alvo de inquérito de rachadinha

Ex-deputado foi investigado pelo MP do Rio com base no mesmo relatório de inteligência financeira que deu origem às apurações contra o hoje senador Flávio Bolsonaro

AE

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) André Ceciliano (PT) para o cargo de secretário Especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, no Palácio do Planalto. O ex-deputado foi investigado pelo Ministério Público do Rio com base no mesmo relatório de inteligência financeira que deu origem às apurações contra o hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a partir de movimentações suspeitas do assessor Fabrício Queiroz. No caso do petista, a investigação foi arquivada.

A nomeação, publicada ontem, foi assinada por Lula e pelo ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais. Ceciliano integrou o grupo técnico sobre pequenas empresas no grupo de transição do governo. Ex-prefeito de Paracambi (RJ), ele é considerado um petista moderado, com interlocução com grupos que vão do PSD ao PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ceciliano assumiu a presidência da Alerj em 2017 para um mandato-tampão, em meio a doenças e prisões de deputados à frente dele na linha sucessória. No ano passado, foi um dos responsáveis por reaproximar Lula do prefeito Eduardo Paes (PSD) e por manter diálogos com o governador Cláudio Castro (PL), que fez campanha para Bolsonaro em 2022. Essa postura o transformou em alvo de críticas da esquerda fluminense.

Com um perfil pragmático, Ceciliano abriu uma disputa entre petistas e pessebistas pela candidatura ao Senado no ano passado. O então presidente da Alerj disputou com Alessandro Molon (PSB) a vaga na chapa de Marcelo Freixo (PSB) ao governo. Ceciliano e Molon concorreram, mas não foram eleitos.

Inquérito

Em nota, Ceciliano disse que o inquérito em que constou como investigado foi arquivado depois que o MP do Rio, ao fim de dois anos de investigação, constatou que não houve transferência de recursos ou valores de funcionários do gabinete do ex-deputado para as suas contas pessoais, de seus familiares ou entre os servidores. "Isso é de conhecimento público e já foi objeto de inúmeras matérias", afirmou. "O secretário, à época, abriu seus sigilos bancários e fiscal, com total transparência e em nenhum momento tentou impedir ou suspender a investigação."


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