Lula quer "prateleira de terras improdutivas" para evitar invasões do MST

Lula quer "prateleira de terras improdutivas" para evitar invasões do MST

Petista afirmou nesta terça que pediu a ministério levantamento para viabilizar política de assentamento de famílias sem terra

R7

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (27) que pediu ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar que liste todas as terras consideradas improdutivas no país para embasar um plano de assentamento de famílias sem terra. O objetivo, segundo ele, é acabar com as invasões lideradas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"Ao invés de as pessoas invadirem, a gente oferece (as terras), organiza. Essa é uma novidade que eu não pensei no primeiro e no segundo mandato. Pensei agora e vamos fazer. Vamos fazer uma prateleira das chamadas terras improdutivas desse país e terras devolutas que a gente pode fazer assentamento agrário para quem quiser trabalhar no campo, sem precisar brigar com ninguém", comentou Lula durante live nas redes sociais.

A atuação do MST desde o início do atual mandato de Lula tem gerado críticas ao governo dele. Em abril, por exemplo, o movimento invadiu ao menos 11 locais ao redor do país. Entre os alvos das ações dos militantes, estavam fazendas, propriedades, áreas públicas e órgãos, como prédios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Abril Vermelho

As invasões fizeram parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, o chamado Abril Vermelho, em memória das 19 mortes de trabalhadores sem-terra ocorridas em Eldorado do Carajás (PA), em 17 de abril de 1996.

As ações ocorreram em Pernambuco, no Ceará, em Minas Gerais e em Alagoas. Em Pernambuco, 2.280 famílias, segundo levantamento do próprio movimento, invadiram ao menos oito locais — uma área da Embrapa e sete propriedades, entre fazendas, engenhos e terras públicas.

CPI

A quantidade de invasões do MST fez com que a Câmara dos Deputados instalasse uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação do grupo. A cúpula do colegiado, composta por parlamentares de oposição, defendem que ministros do governo sejam chamados para prestar depoimento.

A CPI foi instalada em 17 de maio. O deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) foi eleito o presidente do colegiado, e o indicado para relatar foi o deputado Ricardo Salles (PL-SP).

A abertura da comissão foi resultado do esforço da oposição e da bancada do agronegócio, uma das mais fortes do Congresso Nacional. O MST estima que, em 2023, cerca de 90 mil famílias acampadas em assentamentos pelo Brasil tenham se mobilizado para fazer ocupações.


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