Lula volta a criticar presidente do BC: "Um homem sozinho não pode saber mais do que 215 milhões"

Lula volta a criticar presidente do BC: "Um homem sozinho não pode saber mais do que 215 milhões"

Petista reclama que ninguém pode palpitar sobre a taxa de juros

R7

Lula também se encontrará com o presidente argentino Alberto Fernández

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas nesta quinta-feira (4) ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, após o órgão manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%. Segundo ele, não é admissível que uma pessoa decida sozinha sobre algo que vai impactar toda a população.

“No país, todo mundo pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todos têm que ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, afirmou Lula.

A declaração aconteceu durante cerimônia que marcou a instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. Lula defendeu a redução da Selic para que a população mais pobre tenha condições mais favoráveis de contratar empréstimos ou comprar novos bens materiais.

“No meu [segundo] governo, eu brigava com o Guido Mantega [ex-ministro da Fazenda] que o povo mais pobre sofria as consequências do juro, mas não reclamava porque a prestação do bem que ele adiquria cabia no bolso. Mas não estou dizendo porque não concordo com você, Roberto Campos”, disse o presidente.

Maior patamar desde 2017

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (3) manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. É a sexta vez seguida que a Selic é mantida nesse patamar, o maior desde o início de 2017. A taxa ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

"O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente", justificou o comitê.


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