Maia afirma que é impossível mexer na PEC do teto de gastos

Maia afirma que é impossível mexer na PEC do teto de gastos

Presidente da Câmara que o problema está em discutir despesas

AE

Possibilidade de alterar a norma divide as alas política e econômica da gestão do presidente Jair Bolsonaro

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que é "impossível" flexibilizar a regra do teto dos gastos – instrumento que limita o crescimento das despesas do Orçamento à inflação. Sem o apoio deputado, a pressão da Casa Civil e de militares para mudar o controle dos gastos públicos tem poucas chances de prosperar no Congresso. "É impossível mexer na PEC do teto. É um erro. Nosso problema não está em discutir o teto dos gastos, nosso problema está em discutir despesas", afirmou.

Desde o início do governo, ele é um avalizador das reformas econômicas junto ao Parlamento, tendo conduzido a votação das mudanças nas regras de aposentadoria e iniciado a discussão da reforma tributária. Sem o seu apoio, avaliam líderes, nenhuma mudança no teto terá força para avançar no Congresso. A possibilidade de alterar a norma divide as alas política e econômica da gestão do presidente Jair Bolsonaro.

O assunto chegou a ser discutido em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO, formada pelo ministro da Economia Paulo Guedes e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni) firmou sua posição contrária às mudanças. Lorenzoni chegou a afirmar em um dos encontros que a mudança na regra do teto teria apoio do Congresso. O ministro negou à reportagem que tenha defendido essa tese. "Você abrir o teto é você não tratar o problema. É você esconder o problema, aumentar a despesa, aumentar o endividamento e gerar uma nova crise no futuro. É por isso que tem que manter o teto", defendeu o presidente da Câmara.

Na manhã desta quarta, Bolsonaro indicou que pode apoiar proposta de mudança na regra do teto, mas não deixou claro o que pretende fazer efetivamente. A avaliação de membros da Casa Civil e de militares é que mesmo que o governo consiga reduzir os gastos e aumentar a arrecadação, o teto de gastos vai limitar investimentos em obras e programas do governo, dificultando a estratégia do presidente de deixar a sua marca.

O governo também estuda incluir outras medidas, além das previstas no teto, para acelerar o ajuste. Maia afirmou que a saída é o Planalto encaminhar uma reforma administrativa. "Vamos estressar esse problema e vamos resolver esse problema. O governo encaminha a reforma administrativa para que a gente possa ter um Estado que custe menos ao cidadão", disse Maia. 


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