Maia diz que Câmara vota nesta terça projeto de renegociação de dívidas dos estados

Maia diz que Câmara vota nesta terça projeto de renegociação de dívidas dos estados

Confirmação foi feita após reunião com o relator do projeto e líderes partidários

Agência Brasil

Confirmação foi feita após reunião com o relator do projeto, Esperidão Amin, e líderes partidários

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O projeto que trata da renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União será votado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados. A afirmação é do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após reunião com o relator do projeto, Esperidião Amin (PP-SC), e líderes partidários nesta segunda-feira.

"Hoje, conseguimos terminar um texto que representa a opinião da maioria dos líderes dos partidos da Casa. Se tudo der certo, vamos encerrar a discussão ainda hoje, com a apresentação do texto final por parte do relator e dar tempo para que cada deputado possa ler a versão final e apresentar destaques até amanhã, às 10h da manhã", afirmou Maia.

Relator da proposta, Esperidião Amin, disse que, após as negociações, retirou do texto o que, em sua opinião, feria o Pacto Federativo, como o aumento da contribuição previdenciária dos servidores público e a inclusão, no limite de 60%, das receitas correntes líquidas, gastos com terceirizados e benefícios como auxílio-moradia e gratificações atualmente não incluídos na conta. Esse limite consta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 

Nova Versão 

Segundo ele, a nova versão do texto está mais enxuta e vai garantir a repactuação das dívidas contraídas com a União em 1997 por 20 anos. "Estamos retirando do projeto tudo que falava sobre Previdência e sobre o aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos (...), limite de gastos e modificação da LRF", disse.

De acordo com o relator, o governo cedeu nesses pontos que serão tratados em outras proposições, algumas já em tramitação na Câmara, como a proposta de emenda à Constituição (PEC 241/16) que fixa teto de gastos para os próximos 20 anos e outras em negociação, como a reforma da Previdência.

O governo também estuda promover mudanças na LRF, mas ainda não deu detalhes da proposta. Um dos pontos polêmicos, o que trata do reajuste de servidores, foi mantido. Pelo projeto, os estados que aceitarem renegociar dívidas terão de adotar um teto para o crescimento dos gastos públicos e proibir por dois anos a concessão de vantagens e aumentos para os servidores públicos.

"Por dois anos haverá um limite de despesas, que é da inflação do ano anterior, valendo ao Estado, respeitada a discricionariedade federativa, despender mais recursos aqui ou acolá. Ou seja, o preceito federativo está respeitado, diferentemente da regra que tinha sido estabelecida no projeto de lei original", informou Amin.

Assembleia estadual 

O acordo que prorroga o pagamento das dívidas e impõe o teto de gastos precisa ser ratificado pelas assembleias estaduais. "Caberá às assembleias legislativas tomar a decisão de aceitar o limite ou não. A União já acertou o limite com os estados. Estamos deixando claro que esse limite tem de ser aprovado pela assembleia. Se não for aprovado, não vale", explicou. "Depois de dois anos, os estados voltam a respeitar a Lei da Responsabilidade Fiscal se ela não for mexida", acrescentou.

A negociação em torno da proposta enfrenta obstáculos dos estados e de parlamentares, inclusive da base aliada do governo do presidente interino Michel Temer, por impor condicionantes, entre elas o aumento do percentual de contribuição da Previdência pago pelos servidores estaduais. 

Na manhã desta segunda-feira, o governo conseguiu fechar um acordo em torno da proposta depois da reunião, no Palácio do Planalto, entre Rodrigo Maia, Esperidião Amin, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente interino Michel Temer, o líder do Governo na Câmara, André Moura (PSC-SE),e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

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