Manifestantes fazem pressão na AL contra projeto que baixa teto das RPVs

Manifestantes fazem pressão na AL contra projeto que baixa teto das RPVs

Parlamento já adiou análise da matéria três vezes

Rádio Guaíba

publicidade

Parte das galerias do plenário da Assembleia Legislativa (AL) estão ocupadas, desde o início da tarde desta terça-feira, por manifestantes contrários à proposta do governo estadual que baixa o teto das requisições de pequeno valor (RPVs) no Rio Grande do Sul. O Legislativo já adiou a apreciação da matéria três vezes em função de retiradas de quorum e falta de consenso. A matéria deixou de tramitar em regime de urgência e a análise pode ser adiada novamente. Hoje, porém, há quorum suficiente: 44 dos 55 parlamentares estão em plenário.

Somente um dos lados das galerias está ocupado. Tricoteiras do Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul (Sinapers) fazem pressão para que a proposta seja rejeitada e pedem que o outro lado do plenário também seja liberado. O presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), já deixou claro, porém que existem regras a serem respeitadas: quando há votações polêmicas, cada um dos lados do plenário é reservado, igualmente, para manifestantes contrários e favoráveis.

O projeto das RPVs é o primeiro da pauta. Pelo texto, o teto das RPVs, hoje de 40 salários mínimos, cai para 10, a fim de que valores acima disso se transformem em precatórios – débitos do Estado sem prazo máximo para pagamento previsto em lei. Para as requisições de pequeno valor, o pagamento deve ser feito em até dois meses após o julgamento definitivo.

O governo entende que já houve flexibilidade no projeto, uma vez que a proposta inicial era reduzir o teto de 40 para sete salários mínimos. Também deixa claro que o projeto não vai ter impacto sobre precatórios e RPVs já julgados, valendo apenas para novas ações, a contar da sanção. Além da oposição de parte da base aliada, a OAB também manifesta resistência e pressiona os parlamentares alertando para o risco de a fila de precatórios aumentar de forma substancial.

Outros estados brasileiros já reduziram teto

Conforme a Secretaria da Fazenda, quase todos os estados brasileiros reduziram o teto para a expedição de RPVs. Alagoas e Piauí fixaram no limite mínimo da Constituição Federal, com base no Regime de Previdência (R$ 4.663,75). Em 2013, Santa Catarina reduziu o limite para 10 salários mínimos, mesmo valor do Distrito Federal.

No Rio Grande do Sul, a previsão de gastos em RPVs em 2015 é de quase R$ 900 milhões, mais que o dobro de que gasta São Paulo. O desembolso com precatórios e RPVs atingiu cerca de 4,5% da Receita Corrente Líquida em 2014, o que representa mais do que a média anual de investimentos, no período de 2008 a 2014. Para os precatórios, é aplicado o percentual constitucional de 1,5% da Receita Corrente Líquida. Já para as RPVs não há limitação em relação à capacidade de pagamento.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895