Marchezan: "Ainda bem que não entramos nessa aventura de metrô"

Marchezan: "Ainda bem que não entramos nessa aventura de metrô"

Prefeito de Porto Alegre minimizou perda de verba que seria destinada a novo modal

Correio do Povo

Marchezan admitiu alivio que Porto Alegre não tenha executado obra do metrô

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O prefeito Nelson Marchezan Jr. afirmou nesta quinta-feira que está "muiito feliz" que Porto Alegre não tenha entrado no que considerou uma “aventura”: construir o metrô na cidade. A declaração foi dada durante a apresentação das contas do primeiro mês da sua gestão.

Marchezan justificou a posição sobre o metrô em razão das dificuldades financeiras da Capital. O tucano afirmou que obras do metrô seriam um problema para a cidade, como as feitas para a Copa do Mundo. “Outras capitais fizeram investimentos no metrô e nós não fizemos. Sinceramente, fico muito feliz que a prefeitura não tenha entrado em mais essa aventura. Nós entramos em algumas aventuras com as obras da Copa, isso hoje é um problema da cidade de Porto Alegre. Ainda bem que não entramos nessa aventura do metrô”, disse Marchezan, que lamentou, porém, que a Capital ainda não tenha o metrô. “Lastimável que ainda não tenhamos o metrô, que outras capitais têm”, afirmou o prefeito.

O prefeito ressaltou ainda que o metrô não foi pauta da sua campanha por ter consciência de que seria inviável a realização das obras. “O metrô foi pautado há quatro anos, há oito e há 12. Nós não falamos em metrô na campanha porque a gente tem a visão clara de que não é possível sonhar neste ano e no ano que vem com o metrô em Porto Alegre”, justificou.

Portaria da União inviabiliza metrô

O último capítulo da novela do metrô foi a portaria 632 assinada pelo secretário executivo do ministério das Cidades, Luciano Oliva Patrício, revogando ato de dezembro de 2014 que assegurava R$ 1,77 bilhão à obra, incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para viabilizar a Linha 2 era estimado orçamento de R$ 4,84 bilhões, dos quais R$ 1,77 bilhão da União - assegurados em discurso feito em outubro de 2013 pela então presidente Dilma Rousseff -, mais R$ 1,08 bilhão do Estado e R$ 680 milhões do município. Os demais R$ 1,3 bilhão viriam de Parceria Público-Privada (PPP).

Além do metrô a portaria acabou com R$ 300 milhões aguardados para diversas obras aguardadas também há quase duas em Porto Alegre e Região Metropolitana. Os investimentos inclusos no PAC, mas eliminados na Região Metropolitana teriam impacto positivo em cerca de 3 milhões das 4,2 milhões de pessoas residentes na área.

Balanço positivo

No balanço apresentado pela prefeitura nesta quinta-feira, foi mostrado que o total arrecadado em janeiro foi e R$ 433 milhões, um crescimento de apenas 0,7% em relação ao ano passado. Apesar disso, a receita superou a despesa, que foi de 349,6 milhões – 5% a mais que em 2016.

O o secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, no entanto, ressaltou que janeiro é um mês atípico e projetou despesas maiores que as receitas nos demais meses do ano. “Janeiro é um mês atípico porque tem a receita do IPTU. Ele, junto com dezembro, quando também entra o IPTU, são os meses que as receitas são maiores que as despesas. Nos demais meses do ano as despesas serão bem maiores que as receitas”, avaliou.

Balanço de janeiro

Receitas – A receita total da prefeitura em janeiro deste ano apresentou aumento de apenas 0,7% em relação ao mesmo período de 2016 (R$ 430,1 para R$ 433 milhões). Foram arrecadados R$ 46 milhões a menos de IPTU e Taxa de Lixo. A queda foi compensada, principalmente, pelo repasse do ICMS e demais itens da receita.

Despesas – Os gastos aumentaram 5%, subindo de R$ 332,9 milhões para 349,6 milhões. Foram gastos 10,3% a mais em pessoal, pelo crescimento vegetativo (garantido por lei), aumentos já concedidos na gestão anterior (1,2% maio, 2% out, 4,2% dez/16 e 1,6% jan/17) e pagamento das férias aos servidores. Houve economia em manutenção: R$ 23,6 milhões - 25,3% a menos do que em 2016.

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