Marchezan: “PP era oposição, se virar independente vai ser melhor”

Marchezan: “PP era oposição, se virar independente vai ser melhor”

Legenda reagiu a declarações do líder do governo e ameaçou declarar independência, na Câmara, em caso de não retratação do prefeito, até o fim do dia

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Partido Progressista exigiu retratação do prefeito e ameaçou adotar postura independente na Câmara

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O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior (PSDB), saiu em defesa do líder do governo na Câmara, vereador Mauro Pinheiro (Rede), que mais cedo acusou o PP de postergar, no Legislativo, a tramitação final do projeto de revisão da planta do IPTU, aprovado em abril.

Insatisfeito com as declarações de Mauro Pinheiro, o Partido Progressista de Porto Alegre exigiu uma retratação do prefeito, até o fim do dia, e ameaçou adotar uma postura independente, na Câmara, em caso contrário. A bancada progressista, com quatro vereadores, pode ser decisiva em caso de reanálise, em plenário, do projeto do IPTU.

Em agenda no Paço Municipal, Marchezan rifou a condicionante do PP. “Teremos um avanço. Há umas duas ou três semanas o PP já era oposição, se ele virar independente, vai ser melhor”, afirmou, em resposta à reportagem da Rádio Guaíba.

O vice de Marchezan é o progressista Gustavo Paim. Durante o Esfera Pública, Mauro Pinheiro criticou a postura de integrantes da sigla e disse que a vereadora Mônica Leal, que preside a Câmara, vem utilizando o Regimento para retardar a redação final do texto sobre o IPTU, o que configura improbidade administrativa. Em reposta, Mônica recomendou uso de “calmante” ao porta-voz do prefeito e adiantou que vai levar as declarações à Justiça.

Mauro Pinheiro ainda afirmou que o presidente da Comissão da Constituição e Justiça (CCJ), vereador Ricardo Gomes (também do PP), vem jogando com o Regimento para postergar a tramitação do requerimento que prevê uma segunda votação para a revisão da planta do IPTU.

Em nota, o PP exigiu explicações. Após as declarações de Marchezan, Ricardo Gomes reagiu. “Se o governo espera de mim algum ato que acelere a cobrança de um imposto injusto, pode esquecer. De mim não terão nenhuma colaboração para aumentar o IPTU, até o final”, rebateu.

No Legislativo, a base Marchezan corre contra o tempo para publicar a lei o quanto antes, já que projetos de revisão tributária dependem da chamada “noventena” (três meses) para que possam vigorar, a partir de janeiro do ano seguinte. O prazo limite é 27 de setembro.

Em meio ao imbróglio, representantes da Prefeitura admitem acionar a Justiça para resolver o impasse, a fim de dar celeridade ao trâmite legislativo. Com o IPTU corrigido, o Executivo projeta arrecadar R$ 68 milhões a mais, em 2020.


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