MDB-RS anuncia apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno

MDB-RS anuncia apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno

Alceu Moreira crê que a opção irá melhorar “mais rapidamente a qualidade de vida” no Estado

Henrique Massaro

José Ivo Sartori revelou que irá seguir orientação do MDB-RS e apoiará Jair Bolsonaro

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Partido do governador José Ivo Sartori, o MDB-RS declarou apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à presidência da República no segundo turno das eleições. A oficialização foi feita na tarde desta segunda-feira pelo presidente do partido, Alceu Moreira, na presença do atual chefe do Piratini e demais lideranças do MDB gaúcho. A possibilidade de “melhorar mais rapidamente a vida do povo gaúcho e superar a histórica dificuldade financeira com a implantação do Plano de Recuperação Fiscal” em um “novo modelo de Federação” foram alguns dos argumentos no documento oficial assinado por Moreira que levaram a apoiar o capitão da reserva.

"Eu havia solicitado na coletiva de domingo. O partido se reuniu e tomou uma posição que reflete as condições nacionais. Vou acompanhar, dentro das minhas condições, sem interferir nas outras atitudes", declarou Sartori, sem explicar como pretende dar o apoio ao candidato do PSL.

No Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro fez 3.353.623, com 52,63% dos votos válidos. Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, 1.453.291 votos e 22,81% dos votos válidos.

O presidente do MDB gaúcho afirmou que a decisão corresponde a uma exigência da própria orientação partidária. De acordo com Moreira, que disse que o partido defende a democracia, não haveria possibilidade de um apoio ao PT, que, na sua visão, jamais renegociaria a dívida do Estado com a União se chegasse ao poder. “A alternativa que temos é, com certeza, com o Jair Bolsonaro, até porque ele já disse que vai cortar os próprios braços para poder fazer uma grande reforma no pacto federativo e atribuir aos estados e municípios o recurso necessário para que se faça as politicas públicas”, destacou.

Sobre as posições de autoritarismo propagadas pelo candidato do PSL e a possibilidade de incoerência com o discurso democrático que levou à fundação do MDB, o presidente do partido no Rio Grande do Sul disse que o apoio a Bolsonaro não significa um compromisso de concordância ideológica, mas uma “escolha do possível”. Ao concordar que Ulysses Guimarães - que, durante a promulgação da Constituição declarou ter “nojo e ódio” da Ditadura -, foi um grande nome de seu partido, Alceu Moreira afirmou: “Se ele estivesse vivo e tivesse que escolher entre votar no pau mandado de um presidiário e o Bolsonaro, ele escolheria certamente o Bolsonaro”.

Ao admitir a existência de divergências do MDB-RS com o capitão da reserva, o presidente do partido garantiu, no entanto, que elas são “infinitamente maiores” com o PT. Ele se negou a revelar quais são discordâncias com Bolsonaro, mas falou sobre as bandeiras do candidato que concorda. Redução do tamanho do Estado, incentivo à pesquisa, tecnologia e inovação, combate à corrupção e apoio à Segurança Pública foram pautas citadas por Moreira e que, segundo ele, têm sintonia com as propostas aplicadas por José Ivo Sartori no Rio Grande do Sul.

O vice-governador, José Paulo Cairoli, o secretário de Segurança, Cezar Schirmer, o deputado federal, Giovani Feltes, e Sebastião Melo, eleito deputado estadual, além de outras lideranças e representantes do MDB gaúcho estiveram presentes na oficialização do apoio a Jair Bolsonaro. O presidente disse que ainda não sabe se o MDB nacional seguirá a mesma linha, mas afirmou que a posição gaúcha é independente e será respeitada.


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