Meirelles afirma que estados podem receber valores da repatriação antes do fim do ano

Meirelles afirma que estados podem receber valores da repatriação antes do fim do ano

Acordo com governadores tem como contrapartida proibição de aumentos para funcionalismo que tinha sido retirada de projeto da Câmara

Agência Brasil

Acordo com governadores tem como contrapartida proibição de aumentos para funcionalismo que tinha sido retirada de projeto da Câmara

publicidade

A distribuição aos estados de cerca de R$ 5 bilhões referente às multas da regularização de ativos no exterior, também conhecida como repatriação, pode sair antes do fim do ano. Foi o que garantiu há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao deixar uma reunião de mais de quatro horas entre o presidente Michel Temer e governadores. Ele, no entanto, afirmou que o governo federal só vai liberar o dinheiro se constatar disposição das unidades da Federação em cumprir o acordo de ajuste fiscal acertado.

Segundo Meirelles, o governo federal ainda não definiu data para fazer a repartição da multa. A equipe econômica, explicou, ainda vai avaliar o comprometimento das unidades da Federação, mas pretende repartir as multas antes do fim do ano. No Rio Grande do Sul, o governo espera que parte do valor recebido ajude a pagar o 13º salário ao funcionalismo.

Por meio do programa de regularização de ativos, contribuintes com bens e recursos no exterior pagaram 15% de Imposto de Renda (IR) e 15% de multa em troca da anistia do crime de evasão de divisas. Ao longo do processo, que durou de abril a outubro, o governo federal arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões de IR foram repartidos com os estados e cerca de R$ 5,5 bilhões com os municípios, conforme determina a Constituição.

Em relação aos 15% da multa, a Constituição não obriga a repartição, mas o Distrito Federal e 24 estados conseguiram liminares, no Supremo Tribunal Federal (STF), que bloquearam em uma conta judicial a parcela equivalente aos estados. Pelo acordo fechado hoje, as unidades da Federação terão de executar programas de ajuste fiscal e desistir das ações judiciais em troca do recebimento do dinheiro da multa.

Segundo Meirelles, o governo federal decidiu partilhar o dinheiro das multas somente por causa do compromisso dos estados e do Distrito Federal em instituir medidas de corte de gastos. De acordo com o ministro, o próprio acórdão de desistência das ações judiciais a ser assinado no STF estabelece a obrigação de os governadores enviarem projetos de ajuste fiscal às Assembleias Legislativas, o que no Rio Grande do Sul ocorreu nesta terça.

O acordo também estabelece a reintrodução, no acordo de renegociação da dívida dos estados, das contrapartidas que tinham sido retiradas na tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, como o corte de 20% de gastos com cargos comissionados e de confiança e a proibição de aumentos para o funcionalismo público local nos próximos dois anos. Meirelles esclareceu que os municípios estão fora do acordo de repartição das multas da repatriação.

Estados se comprometem com a reforma da Previdência

Após a reunião, governadores e a União divulgaram uma nota à imprensa, na qual constituem um “pacto nacional pelo equilíbrio das contas públicas”, em que se comprometem, na prática, a fazer com que os mesmos termos da reforma da Previdência valham também para os servidores locais, em todos os estados da Federação. Os governantes estaduais devem formalizar uma emenda à proposta de emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência a ser apresentada pela União.

A partir desta quarta, os secretários da Fazenda dos Estados vão elaborar, com a Secretaria do Tesouro Nacional, a proposta de ajustes a ser apresentada pelos governadores, na próxima semana, ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895