Mercadante nega interferência em delação de Delcídio

Mercadante nega interferência em delação de Delcídio

Ministro da Educação descartou pedido de demissão em entrevista coletiva

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Ministro da Educação descartou pedido de demissão em entrevista coletiva

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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, negou nesta terça-feira ter prometido dinheiro e ajuda para o senador Delcídio do Amaral não procurar o Ministério Público Federal (MPF) e colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. Ele foi citado na delação do ex-lider do governo, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

Delcídio afirma que, durante o período em que esteve preso preventivamente por causa da Operação Lava Jato, seu assessor, Eduardo Marzagão, foi procurado em três ocasiões no mês de dezembro do ano passado por uma assessora de Mercadante conhecida como Cacá e pelo próprio ministro.

• Confira íntegra da delação de Delcídio homologada pelo STF

Mazagão gravou as conversas que teve com o ministro, que passou um recado para Delcídio "ter calma e avaliar muito bem a conduta a tomar, diante da complexidade do momento política". O ministro da Educação teria prometido que a situação de Delcídio se resolveria e que o pagamento de honorários com advogados "poderia ser solucionado". O parlamentar disse aos investigadores que o recado era de que o PT bancaria sua defesa.

Segundo ele, a conversa com o assessor do senador, José Eduardo Marzagão, partiu dele e não foi um pedido da
presidente Dilma Rousseff. O ministro diz que procurou o assessor para prestar solidariedade. Mercadante reiterou: "Não trato de delação".

Segundo o ministro, trata-se de uma tentativa do assessor de Delcídio do Amaral de "induzir esse assunto". Mercadante leu trechos em que, segundo ele, deixa claro na conversa que não tem intenção de interferir na delação. Mercadante disse ainda que vai manifestar à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal (STF) a disponibilidade de esclarecer o fato. O ministro disse que tomará providências legais contra o assessor.

"Não há uma linha sobre ajuda financeira, é bem claro. Não existe, e nunca existiu tentativa de evitar ou impedir a delação. Eu falo: se ele tem problema de defesa jurídica, deve procurar os advogados do Senado. Sobre a delação, está lá no trecho de 12 minutos e 15 segundos:  Ele faz o que ele quiser com a delação. é um direito dele, não tenho nada a ver com isso", destacou. Sobre a defesa dele, não vou me meter no processo, não sou advogado."

O ministro afirma que a conversa com o assessor do senador foi motivada pela solidariedade. "Foi algo pessoal, em razão da exposição que a família dele (Delcídio) vinha sofrendo. É o que eu sempre faço".

Mercadante, ao final da coletiva, anunciou que vai enviar ao Supremo Tribunal Federal e para a Procuradoria Geral da República uma petição se dispondo a esclarecer todos os fatos.

Mercadante fica no governo

Perguntado se ele permaneceria no comando do Ministério da Educação, Mercadante afirmou que seguirá enquanto a presidente Dilma tiver confiança nele.



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