Mesmo que pensasse algo sobre Geddel, não poderia externar, diz Padilha

Mesmo que pensasse algo sobre Geddel, não poderia externar, diz Padilha

Chefe da Casa Civil declarou que questão de ministro com o presidente da República

AE

Ministro da Casa Civil também evitou comentar se a denúncia contra Geddel afeta a confiança de investidores no Brasil

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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, evitou nesta segunda-feira, comentar denúncia feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Ao deixar o cargo na semana passada, Calero acusou Geddel de pressioná-lo para que intercedesse junto ao Iphan, de modo que o órgão liberasse a construção de um edifício em Salvador em que o ministro comprou um apartamento.

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"Quem nomeia e demite ministro é o presidente da República. (...) Mesmo que pensasse algo não poderia externar", respondeu Padilha em entrevista após a 45ª reunião do Conselhão, ao ser questionado se achava que Geddel deveria ser demitido após a denúncia. "Repito: questão de ministro é do presidente da República. Fora isso, é achismo, e não sou chegado a achismo", afirmou, depois da insistência dos jornalistas.

O ministro da Casa Civil também evitou comentar se a denúncia contra Geddel afeta a confiança de investidores no Brasil. "Essa é uma questão que tem de ser avaliada em seu devido momento e pelo presidente da República", disse. Mais cedo, ao passar próximo da imprensa após a reunião do Conselhão, o presidente Michel Temer também evitou comentar o assunto.

O único a comentar o tema até o momento foi o secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, um dos assessores mais próximos de Temer. Falando em Paris, onde participa do 4º Fórum Econômico França-Brasil, Moreira Franco informou que "o presidente está debruçado sobre a questão" e que uma solução "que sirva ao governo e ao País" será buscada nos próximos dias. Ele disse que Temer "está muito preocupado" com as denúncias de corrupção e tráfico de influência feitas contra o articulador político de seu governo.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, na edição desse sábado, Calero disse que um dos principais motivos que o levou a pedir demissão do cargo foi pressão feita por Geddel para que o Iphan aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira.

O empreendimento tem cerca de 100 metros de altura e está previsto para ser construído nos arredores de uma área tombada da capital baiana, base eleitoral do ministro da Secretaria de Governo.

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