Milhares se reúnem em Ato Show na Redenção para pedir eleições diretas

Milhares se reúnem em Ato Show na Redenção para pedir eleições diretas

Mais de 30 artistas gaúchos participaram do evento na tarde deste domingo em Porto Alegre

Jessica Hübler

Dezenas se reúnem e pedem eleições diretas na Redenção

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* Com informações do repórter Henrique Massaro

O Parque da Redenção, em Porto Alegre, foi o palco de um Ato Show pedindo a realização de eleições diretas para a Presidência da República. Com a participação de mais de 30 artistas e bandas do Rio Grande do Sul, o evento, que pedia também o fim das reformas Trabalhista e da Previdência, repetiu o modelo de manifestação político-cultural que vem ocorrendo em diversas cidades do País, como Rio de Janeiro e São Paulo, desde que veio à tona a gravação de Michel Temer e Joesley Batista. O público tomou conta de diversos pontos da Redenção ao longo do domingo.

Apesar do cunho político e de protesto, o ato foi caracterizado como intervenção cultural. Durante o dia - a manifestação começou às 11h - , o que se via, em meio aos gritos de “Fora, Temer”, e “Diretas já”, era um clima de alegria devido aos hows e apresentações. Entre a multidão, era possível ver pessoas com bandeiras de partidos políticos, de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ou até mesmo sem bandeira alguma. A maioria dos presentes utilizava adesivos nas roupas pedindo a saída do presidente e as eleições diretas.

“Sou funcionário público e vou ser diretamente atingido pelas reformas”, disse um professor federal que preferiu não se identificar com medo de sofrer com mais medidas do governo federal. Segundo ele, o campus onde trabalha já sofreou com redução de quase metade dos repasses federais e com congelamento da progressão de carreira. Também professora, Eliane Simch disse que o que a levou para a rua foi o anseio por eleições diretas e por impedir as reformas. “Se com o povo na rua já está ruim, imagina se ficar acomodado”, disse. A advogada Clarissa Rodrigues disse ter perdido esperanças no poder público e comentou que espera, pelo menos, que o país consiga ter o direito de eleger um novo presidente até 2018.

O curador do Ato Show, historiador e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Francisco (Chico) Marshall, afirmou que todos os partidos com representação na Assembleia Legislativa gaúcha foram convidados para participar. Segundo ele, apesar da rejeição de alguns artistas, a definição da organização do ato foi por não fomentar a “partidofobia”, permitindo os políticos, mas limitando a dois minutos o tempo de fala de cada legenda, nos intervalos entre os shows. Os partidos que confirmaram representantes foram: Rede, Psol, PSB, PT, PCdoB, PDT, Pstu e PCO.

De acordo com Marshall, os atos “Diretas Já” - realizados em diversas cidades do País - expressam o descontentamento da sociedade diante do estado calamitoso em que se encontra o Brasil. “Com uma catástrofe moral, política, judiciária igualmente, inaceitável para a sociedade”, afirmou Marshall. Conforme o curador do ato, os protestos atacam o pivô da crise atual, que é o presidente Michel Temer e também as reformas trabalhista e da Previdência. “O ato é da sociedade civil, realizado por artistas e intelectuais”, explicou.

A lista de apresentações do ato contou com nomes como Duca Leindecker, Luciano Leães, Hique Gomez, Conjunto Bluegrass Porto-alegrense, Ernesto e Bagre Fagundes, Bebeto Alves, Raul Ellwanger, Delicatessen, Antônio Villeroy, Duda Calvin (Tequila Baby) e Turucutá.. O ‘Ato Show’ tem o apoio das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, além de movimentos sociais e partidos políticos. Ao final dos show na Redenção, ocorreu uma caminhada com trio elétrico em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, ponto de encontro de manifestações na Capital.

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