Milhares se reúnem em passeata pelo veto ao projeto de distribuição de royalties
Sete carros de som animam a manifestação promovida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro
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Há chuva de papel picado de alguns prédios na Rio Branco. Entre os DJs, a equipe de funk Furacão 2000, outro trio elétrico tocando samba-enredo e um terceiro com música eletrônica. Na Cinelândia, haverá encontro com jornalistas, na Câmara de Vereadores, ainda sem horário marcado.
Em panfleto distribuído a manifestantes, a Associação dos Procuradores do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) acusa o projeto de lei de redistribuição dos royalties, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), de violar pelo menos três princípios constitucionais: isonomia (previsto no artigo 5º), federativo (artigo 18º) e o ato jurídico perfeito (artigo 5º), além do princípio da segurança jurídica, "na medida em que atinge os contratos já firmados, bem como impede o Estado do Rio de cumprir obrigações assumidas e de realizar investimentos com os quais se comprometeu em razão da arbitrária interrupção do pagamento dos royalties."
No protesto há, inclusive, alas que protestam contra a gestão de Sérgio Cabral Filho no governo fluminense. Com uma enorme faixa com os dizeres "Fora, Cabral - Veta, Dilma" e fazendo coro com palavras de ordem contra o governador, uma ala participa do evento com guardanapos na cabeça. A "alegoria" é uma alusão ao episódio no qual secretários do governo Sérgio Cabral (PMDB) e o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, apareceram em uma festa em Paris com guardanapos em forma de bandanas na cabeça.
A imagem foi divulgada em meio às denúncias de ligação de Cavendish com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, alvo de duas operações da Polícia Federal por comandar um esquema de jogos ilegais, envolvendo servidores públicos. Cachoeira foi solto recentemente, após nove meses de prisão na Penitenciária da Papuda, em Brasília.