Ministério da Saúde participa de investigação sobre suposta fraude em dados de vacinação

Ministério da Saúde participa de investigação sobre suposta fraude em dados de vacinação

Pasta divulgou nota garantindo que os registros de imunizações do SUS são rastreáveis e passam por auditoria regularmente

R7

Saúde diz que colabora com investigações da Polícia Federal

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O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (3) que colabora com as investigações da Polícia Federal sobre a atuação de um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do SUS

Segundo o Ministério da Saúde, todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do SUS são rastreáveis e passam por auditoria regularmente.

Na manhã desta terça, a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília foi alvo de mandado de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal, em uma operação do inquérito das "milícias digitais", que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a operação na casa de Bolsonaro, o ex-presidente teve o telefone celular apreendido. 

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, desde o início das investigações, a pasta mantém conduta alinhada à Controladoria Geral da União (CGU) e em conformidade com a Lei de Acesso à Informação. A CGU decidiu em março que a pasta deveria divulgar os registros de vacinação de Bolsonaro, com dados sobre data, local, laboratório de fabricação e nome do imunizante aplicado.

Segundo a CGU, a decisão se deu pelo fato de que tal informação foi tornada pública pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. "Diante disso, conclui-se que o acesso às informações pessoais solicitadas é compatível com a finalidade pela qual o dado pessoal foi tornado público pelo próprio titular," disse a Controladoria em nota divulgada na época.

A CGU afirma ainda que entendeu que o acesso às informações que comprovam a autenticidade das declarações feitas por Bolsonaro sobre o assunto possui interesse público geral, pois "influenciaram a política pública de imunização do Estado brasileiro durante a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19". 

A Controladoria determinou que as informações fossem encaminhadas após o encerramento da investigação da CGU, "para apurar suposta inserção de dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde, de maneira que se possa observar a autenticidade e a integridade das informações eventualmente sob custódia do órgão público".

Bolsonaro nega fraude: "Não existe adulteração da minha parte"

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante por "decisão pessoal". "Fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo", completou.

"Eu não fui vacinado. Decisão pessoal minha, principalmente depois de ler a bula da Pfizer. A minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen. Está documentado. A minha filha Laura, que respondo por ela, atualmente com 12 anos, também não tomou a vacina.

Em momento nenhum eu falei que tomei a vacina. O resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo", declarou Bolsonaro antes de deixar a casa após a operação da PF.

A operação a qual Bolsonaro se refere foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (3). Agentes da PF investigam a atuação de uma associação criminosa que supostamente inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Entre os presos na ação está o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Cid era homem de confiança do ex-presidente e foi centro de uma polêmica envolvendo o governo Lula e o então comandante do exército Júlio César de Arruda.  Todo o atrito começou após Arruda se mostrar favorável pela a promoção de Cid ao comando do 1° BAC (Batalhão de Ações de Comandos) em Goiânia (GO). Além do tenente-coronel,  foram detidos o ex-ajudante de ordens e os ex-assessores especiais do ex-presidente Sérgio Cordeiro e Max Guilherme.

Pelas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse não saber o motivo da operação, confirmou que apenas ela havia se vacinado e negou que a PF tivesse apreendido o seu celular. "Apenas o celular do meu marido foi apreendido", declarou.


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