Ministro da Educação nega ter recebido propina de empreiteira da Lava Jato

Ministro da Educação nega ter recebido propina de empreiteira da Lava Jato

Denúncia do repasse ilegal da UTC para campanha foi feita por Janot

Agência Brasil

Ministro da Educação nega ter recebido propina de empreiteira da Lava Jato

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O ministro da Educação, Mendonça Filho, negou que tenha recebido doações ilegais da UTC Engenharia em sua campanha para a Câmara dos Deputados em 2014. A denúncia de repasse ilegal da empreiteira a Mendonça Filho foi feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em janeiro e tornado público nessa sexta-feira após a retirada de sigilo. A UTC é citada na Operação Lava Jato.

Segundo Janot, foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do deputado federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro".

Em nota publicada em sua página no Facebook, o ministro nega qualquer irregularidade ligada à UTC e diz que a empreiteira não fez aportes diretos a sua candidatura.

"A campanha de 2014 do então deputado federal Mendonça Filho não recebeu doação da UTC. O deputado foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa doação, mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi feita ao partido de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido de 2014, junto a Justiça Eleitoral", diz o texto.

Na nota, Mendonça Filho cita doações da Queiroz Galvão e da Odebrecht, também envolvidas na Lava Jato, e diz que todas foram feitas legalmente e registradas na Justiça Eleitoral.

 

Contas

Na petição enviada ao STF, Janot diz que uma imagem encontrada em um celular apreendido é compatível com uma folha impressa onde aparecia o nome do partido e dados de conta bancária para doações de campanha no ano de 2014 "havendo
manuscrito de R$ 100 mil e do nome do deputado Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo", diz o documento.

"Curioso observar que na prestação de contas oficial da campanha do deputado Mendonça Filho, há o registro de doação de exatos R$ 100 mil pelas empresas Construtora Norberto Odebrecht e Construtora Queiroz Galvão S.A., cada", diz Janot.

O procurador-geral diz ainda que a UTC Engenharia teria efetuado duas doações de R$ 100 mil ao Diretório Nacional do DEM e pede que o STF analise a possibilidade de investigação dos fatos.

"Por estarmos diante de elementos indiciários de possível pagamento de propina para a campanha do citado parlamentar federal, certa é a competência do STF para a análise e processamento de eventual investigação criminal a respeito".

A assessoria de comunicação da UTC Engenharia disse que "não comenta investigações em andamento". Também por meio da assessoria de comunicação, a Queiroz Galvão também informou que não comenta investigações em andamento e ressaltou que "as doações eleitorais obedecem à legislação". Já a assessoria da Odebrecht disse que a empresa não vai se manifestar sobre o assunto.


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