Ministro da Justiça diz ter plena confiança na direção da Polícia Federal

Ministro da Justiça diz ter plena confiança na direção da Polícia Federal

Discurso foi feito após repercussão de entrevista onde Aragão diz que não tolerará vazamentos na PF

Agência Brasil

Ministro da Justiça diz ter plena confiança na direção da Polícia Federal

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O Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse que a atual diretoria da Polícia Federal (PF) tem sua "plena confiança" e que não está nos planos do ministério a substituição do diretor-geral do órgão, Leandro Daiello.

"O Ministério da Justiça informa que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, continua gozando de plena confiança por parte do ministro da Justiça e não há nenhuma decisão sobre a sua substituição", diz nota divulgada nesta segunda-feira pela assessoria do ministério.

A declaração foi divulgada após a repercussão de uma entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, na qual o ministro diz que não vai tolerar vazamentos em operações da PF. Segundo Aragão, a substituição na equipe poderia ocorrer caso fosse identificado "cheiro de vazamento", mesmo sem a necessidade de provas, uma vez que a PF está sob sua supervisão.

Transmissão de cargo

No discurso de transmissão de cargo, feito na última quinta-feira, Aragão dedicou "uma palavra especial" às corporações que, a seu ver, têm atuado de forma a "manter o seu naco" no Estado: "Infelizmente, nosso Estado tem, ao longo dos últimos anos, visto uma verdadeira apropriação das instituições por corporações. Corporações não cultivam a alteridade. Corporações cultivam o seu próprio umbigo. Corporações sempre buscam ser melhores do que as outras, mais valiosas do que as outras e, em última análise, o que está nessa arrogância é nada mais do que o ganho econômico, o ganho de prestígio e o ganho de poder", disse ele. E prosseguiu: "para sobreviverem e poder manter o seu naco de Estado nas mãos, fazem de tudo. Representam um risco permanente à governabilidade. Não que não possam legitimamente representar os interesses setoriais dos agentes do Estado. Mas elas têm de aprender a viver na alteridade e olhar para as outras instituições do Estado como igualmente legitimadas e igualmente importantes. Sem isso, essas corporações passam a ser um cancro dentro de nós. Desde que atuem com alteridade, nós a honraremos. As que queiram na base da cotovelada descredenciar órgãos do Estado, estas não terão o nosso diálogo", disse Aragão.

No mesmo discurso, o ministro disse que ninguém no país tem o monopólio da moralidade ou o monopólio da salvação da pátria, e que será papel do governo garantir que as instituições de Estado implementem a igualdade de todos perante a lei. "Todos queremos o melhor para o país. Mas não existe ninguém neste pais com o monopólio da moralidade ou com o monopólio da salvação da pátria". A declaração foi feita um dia após o juiz Sérgio Moro ter tornado públicas escutas telefônicas feitas entre o ex-presidente Lula e diversas autoridades de Estado - entre elas, a presidente Dilma Rousseff.

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