Ministro Silvio Almeida destaca, na Ufrgs, aproximação dos Direitos Humanos de outras pastas

Ministro Silvio Almeida destaca, na Ufrgs, aproximação dos Direitos Humanos de outras pastas

Titular da pasta salientou que "período do pesadelo" passou, mas que ainda está sendo reconstruído o trabalho na área

Mauren Xavier

Ministro Silvio Almeida na Ufrgs

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Citado nos bastidores como uma possível troca na reforma ministerial discutida pelo presidente Lula, o titular dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, participou de aula magna da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), nesta sexta-feira, em Porto Alegre. Antes da sua fala, disse desconhecer possíveis mudanças ministeriais e que não conversou sobre o assunto com o presidente. Ao público, que ocupou o Salão de Atos da universidade, ele aproveitou para listar uma série de ações que estão em desenvolvimento na pasta para os próximos meses, como programas voltados à cidadania, à população de rua e aos idosos. Segundo ele, os Direitos Humanos têm que ter uma aproximação maior com temas que estejam além do seu guarda-chuva.

Sobre o ministério, ele afirmou que, após quatro anos de desmonte na área dos Direitos Humanos no âmbito federal, em referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL), o primeiro semestre deste ano foi o de reorganização. “Enfrentamos alguns desafios e estamos fortalecendo a estrutura para deixá-la mais firme”, acrescentou, citando que pela primeira vez será feito um concurso público específico para a área dos Direitos Humanos. Nos bastidores, a manifestação pode ser entendida como uma resposta aos críticos à sua atuação, que é considerada muito acadêmica. Inclusive, neste sentido, o ministro adiantou que estará mais presente nos estados, discutindo a questão prisional, por exemplo.

Ainda se referindo ao governo anterior, disse que o “período do pesadelo” passou, mas não tem nada resolvido. “Os pesadelos ainda não se dissiparam porque o Brasil é constituído de tendências estruturais”, afirmou, sendo elas de cunho econômico, uma aversão à democracia e o racismo. “A raça é uma forma de regulação econômica no Brasil”, citou ele, ao destacar a importância da discussão no país. Ao longo de uma hora, o ministro apresentou a evolução teórica dos Direitos Humanos e o impacto no debate sobre sociedade. A sua fala chegou a ser interrompida algumas vezes pelos aplausos. A palestra foi acompanhada por políticos, como do campo da esquerda, como deputados estaduais e federais.

A palestra de Almeida marcou o lançamento da campanha dos 125 anos da Faculdade de Direito da Ufrgs, completados em 2025. O movimento, porém, já foi iniciado para poder fazer o resgate histórico, segundo a diretora da faculdade, Claudia Lima Marques. Ela recordou que passaram pela faculdade três presidentes e cinco governadores, além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras referências do Direito nacional. A data do lançamento foi escolhida também por ser o dia da Advocacia.


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