Moro relata pressão de Bolsonaro por troca na superintendência da PF no Rio

Moro relata pressão de Bolsonaro por troca na superintendência da PF no Rio

“Moro, você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”, teria escrito Bolsonaro, em mensagem enviada em março

Correio do Povo e R7

Bolsonaro lembrou apoio que deu a Sergio Moro

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O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente Jair Bolsonaro o pressionou pela substituição do comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro. “Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”, teria escrito o presidente, por WhatsApp, em março. 

A declaração consta no depoimento de Moro (leia a íntegra).

A eventual troca seria a segunda na superintendência da PF no Rio desde o início do governo Bolsonaro. Em agosto passado, Carlos Henrique Oliveira Sousa substituiu Ricardo Saad. Em seu depoimento, Moro citou que apenas concordou com a primeira substituição na Superintendência da PF no Rio de Janeiro porque o então ocupante do cargo, Saad, "havia manifestado interesse de sair, por questões familiares, e a sua troca já estava planejada pelo Diretor Geral".

Moro afirmou que não nomeava e nem era consultado sobre as escolhas dos superintendentes, ficando a cargo do diretor-geral da Polícia Federal, que era Maurício Valeixo. 

O ex-ministro afirmou que Bolsonaro desejava trocar o diretor-geral da PF por Alexandre Ramagem desde janeiro. De acordo com o depoimento, o ex-ministro contou que chegou a pensar em concordar com Bolsonaro, para evitar um desgaste, mas disse ter chegado à conclusão de que não poderia trocar o comando da PF sem uma causa. Conforme Moro, as ligações de Ramagem com a família do presidente afetaria a credibilidade da própria PF.

Conforme Moro, a ideia de trocar Maurício Valeixo por Alexandre Ramagem era conhecido por várias pessoas no Planalto. Após a saída de Moro do governo, Bolsonaro chegou a nomar Ramagem à direção-geral da PF, mas o ato foi suspenso em decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Nas declarações, Moro afirma ainda que garantiu a autonomia da Polícia Federal no período em que esteve presente no governo e garante que narrou fatos verdadeiros na coletiva concedida para anunciar sua saída do cargo.


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