Mourão diz que Bolsonaro estava "meio triste" no primeiro evento público após eleições

Mourão diz que Bolsonaro estava "meio triste" no primeiro evento público após eleições

Vice-presidente da República avalia, ainda, que transição entre os governos "está tudo bom, tudo andando, tudo tranquilo"

R7

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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) estava "meio triste" durante o primeiro evento público, realizado no último sábado em Rezende (Rio de Janeiro), desde o resultado das eleições deste ano. 

"Eu falei para ele que tinha uma porção de gente para tirar foto com ele, falei para tirar foto com o povo. Ele [Bolsonaro] tava meio, tava meio triste [sic]", afirmou Mourão nesta terça-feira, durante conversa com os jornalistas.

O episódio citado por Mourão ocorreu no último sábado. Bolsonaro participou da cerimônia de entrega de espada a aspirantes a oficial do Exército. O evento, na Academia Militar das Agulhas Negras, formou integrantes da turma Bicentenário da Independência do Brasil.

Bolsonaro não discursou em seu primeiro evento público desde a derrota nas urnas. No início da cerimônia, o presidente apenas entregou a espada ao primeiro colocado no curso. O chefe do Executivo estava acompanhado de Mourão e de ministros, como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Ramos (Secretaria-Geral), ambos militares.

Transição

Questionado se Bolsonaro deveria participar da transição entre os governos, Mourão foi categórico ao dizer que o presidente não se envolve nessa questão. "Ele [Bolsonaro] já recebeu o Alckmin [vice-presidente eleito]. Deixa para lá. Está tudo bom, tudo andando, tudo tranquilo", afirmou.

Alckmin se encontrou com Bolsonaro no dia 3 de novembro, no Palácio do Planalto, pela primeira vez desde o resultado eleitoral. O encontro não estava na agenda oficial, mas o presidente tomou a iniciativa de conversar com o vice-presidente eleito.

Segundo o vice-presidente eleito, Bolsonaro se dispôs a contribuir com o governo de transição. "Foi positivo. O presidente me convidou para que eu fosse até o seu gabinete. E reiterou o que disse o ministro [da Casa Civil] Ciro Nogueira e o ministro [da Secretaria-Geral da Presidência da República] Luiz Eduardo Ramos da disposição do governo federal de prestar todas as informações e colaborações, para que se tenha uma transição pautada pelo interesse público", disse Alckmin.

À pergunta se Bolsonaro o havia parabenizado pela vitória de Luiz Inácio Lula Silva (PT), o vice-presidente eleito não quis responder. "O presidente fala depois o teor da conversa. Mas foi, em resumo, reiterar os compromissos em relação à transição. Pautada na transparência, na continuidade dos trabalhos, no planejamento, na previsibilidade", acrescentou Alckmin.


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