MP do TCU pede investigação de desvio de finalidade na Abin no governo Bolsonaro

MP do TCU pede investigação de desvio de finalidade na Abin no governo Bolsonaro

Sistema secreto de vigilância teria sido utilizado sem nenhum protocolo oficial

AE

Presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL

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O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu nesta quarta-feira, 15, a abertura de uma investigação sobre um sistema secreto de vigilância operado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na representação, Furtado apontou que a vigilância indevida e sem motivação oficial "pode se prestar apenas a atender um eventual interesse pessoal de agentes e autoridades, caracterizando flagrante desvio de finalidade". O subprocurador pede que seja apurado eventual prejuízo aos recursos públicos.

"Independentemente de qualquer outro vício, se o ato foi praticado contrariando a finalidade legal que justificou a outorga de competência para a prática do ato, ou seja, se foi praticado com desvio de finalidade, ele está eivado de ilegitimidade e é passível de aplicação das sanções previstas no ordenamento jurídico em face do agente público responsável", destacou Furtado.

O sistema foi revelado ontem pelo jornal O Globo. De acordo com a reportagem, a ferramenta permitia monitorar os passos de até 10 mil pessoas em todo o território nacional, por meio do celular, a cada 12 meses. O procedimento teria ocorrido durante os três primeiros anos da gestão de Bolsonaro e não seguia nenhum protocolo oficial, segundo o jornal.

A Abin estava sob comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transferiu a Abin para a Casa Civil, pasta diretamente ligada à Presidência da República.

 


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