MPF denuncia João Vaccari Neto e Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro

MPF denuncia João Vaccari Neto e Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro

Além deles, mais 25 pessoas foram mencionadas na 10ª fase da Operação Lava Jato

AE

Procuradores concederam entrevista coletiva nesta segunda-feira

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O tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviço da Petrobras Renato de Souza Duque foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira por por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha na investigação da Operação Lava-Jato. Além de Vaccari e Duque, o MPF denunciou mais 25 pessoas, como o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro José Barusco Filho.

Segundo Dallagnol, cabia a Vaccari indicar as contas dos diretórios que recebiam os depósitos com recursos oriundos de propina, que depois eram "lavados" como doações eleitorais supostamente legais. "Foram 24 doações ao PT", afirmou o procurador em coletiva de imprensa na tarde de hoje.

O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Vaccari por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O petista consta da lista de 21 alvos da nova denúncia da Procuradoria no âmbito da Lava Jato, relativa à Operação My Way, nona fase da Lava Jato, deflagrada em fevereiro. É a primeira acusação formal contra Vaccari e também a primeira contra o ex-diretor da estatal Renato Duque, preso nesta segunda-feira, no Rio, na décima fase da operação, batizada de "Que País é esse?".

De acordo com o procurador, Vaccari tratava do assunto em reuniões com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e as propinas eram descontadas da diretoria de Serviços, que era comandada por Duque.

"Vaccari tinha consciência de que esses pagamentos eram feitos com propina", afirmou, destacando que o acerto dos valores era feito com "regularidade".

Dallagnol destacou que a doação eleitoral em si não é crime, mas que no caso a origem dos valores era escondida e a propina era repassada como doações legais. "Era um esquema sofisticado e complexo para dar uma aparência lícita a recursos ilícitos", afirmou. Segundo o procurador, o pagamento era feito algumas vezes "em espécie" por Duque ou pelo ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, que era braço-direito de Duque. Em sua delação premiada, Barusco afirmou que o tesoureiro do PT arrecadou "até US$ 200 milhões" para o partido, via Diretoria de Serviços. Vaccari e o PT até o momento negam qualquer irregularidade, reiterando que trabalham apenas com doações legais.

No dia 10, o PT informou a decisão de processar o ex-gerente-executivo Pedro Barusco pelas acusações feitas contra o partido durante sessão da CPI da Petrobras. O partido apontou falta de provas nas afirmações.

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