Mudanças no secretariado do governo preocupam PMDB
Ibsen Pinheiro e Sebastião Melo são nomes mencionados em conversas
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Costella diz considerar que áreas vitais da administração, como Casa Civil e Secretaria de Planejamento, exigem a escolha de pessoas destacadamente qualificadas. “Alguém com capacidade de articulação, diálogo, trânsito por todas as bancadas. Temos confiança que o governador encontrará este perfil em seu escolhido”, descreve Costella.
Enquanto o Piratini não divulga os substitutos, nomes passam a ser cogitados pelo Parlamento. Deputado Gilberto Capoani (PMDB) não esconde sua predileção pela possibilidade de contar com o secretário de Segurança, Cezar Schirmer (PMDB), como chefe da Casa Civil. “O problema é que vai bem na segurança. É assim: veste um santo, desveste outro”, comenta.
Nomes como dos peemedebistas Ibsen Pinheiro, Odacir Klein e o ex-vice-prefeito Sebastião Melo são mencionados durante as conversas. Nos bastidores, a eventual nomeação de pessoas de outros partidos para funções de alta relevância é vista como inadequada. “Só que a bancada nunca é consultada”, murmura um assessor parlamentar.
A nomeação de Susana Kakuta (ligada a um partido aliado) para assumir hoje a Secretaria de Minas e Energia gerou críticas desde o momento em que foi divulgada a possibilidade, confirma mais tarde pelo Piratini. “Tem partido que vai concorrer contra a gente e está cheio de cargos no governo, pronto para trabalhar para o seu candidato”, aponta outro peemedebista.
RRF como prioridade
Para o líder do governo e vice-líder da bancada, deputado Gabriel Souza (PMDB), as eleições não devem estar em primeiro plano. Souza diz estar convencido sobre a capacidade de aprovação dos cinco projetos de reestruturação administrativa do IPE. A prioridade absoluta do governo do Estado, no seu entender, continua sendo a aprovação do texto final da autorização para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal antes das mudanças no secretariado.
Ibsen Pinheiro considera que “completar o que ficou na Assembleia”, em especial os projetos de ajuste fiscal e reestruturação da máquina pública, será “determinante para o êxito ou o insucesso do governo e dos projetos eleitorais”, analisa.
De uma forma ou de outra, a bancada peemedebista considera que precisa ser ouvida na montagem do secretariado que levará a administração até o final do ano. Há evidente tensão entre os parlamentares, mantida nos bastidores, sobre como será conduzido o processo. Ontem, um deputado estadual que não quis se identificar chegou a dizer que o governo não deve conceder espaços a aliados que prometam votos na Assembleia, mas que estarão em palanques concorrentes.