Municipários de Porto Alegre decidem manter greve

Municipários de Porto Alegre decidem manter greve

Paralisação já dura 35 dias

Jessica Hübler

Municipários de Porto Alegre decidiram manter greve em assembleia nesta terça-feira

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Em Assembleia Geral realizada na tarde desta terça-feira os servidores municipais ligados ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) decidiram, em maioria, manter a greve. A paralisação completa hoje 35 dias. O encontro ocorreu na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia. A direção do Simpa pontuou o recuo do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) que anunciou a retirada de tramitação, da Câmara de Vereadores, do Projeto de Lei Complementar 11/2017, que trata da estrutura de remuneração e vantagens dos servidores municipais.

A medida, porém, não bastou para dar fim ao impasse. Os trabalhadores alegaram falta de diálogo com o Paço Municipal para resolver a greve da categoria. A próxima Assembleia Geral do Simpa, ocorre na próxima terça-feira, 14 de novembro. O Simpa reivindica a retirada de quatro projetos de lei em tramitação na Câmara para encerrar a paralisação – o que busca permitir o parcelamento de salários e modifica as datas de pagamento da folha e do 13º salário, o que prevê mudanças no Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), o que objetiva extinguir a licença-prêmio e o que limita avanços e gratificações ao longo da carreira (retirado hoje).

Durante a assembleia, um dos municipários chegou a propor que a greve fosse encerrada, caso o prefeito exonerasse 90% dos CCs, mas a proposta não teve muitos votos. “O prefeito não respeita o movimento grevista, devia ter convocado a diretoria do sindicato para sentar em uma mesa de negociação. Ele (o prefeito) precisa dialogar com o funcionalismo, a nossa disposição permanece a mesma. Se ele vai retirar os projetos de lei nós não sabemos, ele fala muita coisa que não se comprova”, afirmou o diretor-geral do Simpa, Jonas Reis. Segundo ele, o prefeito está sofrendo uma pressão “muito grande” entre os vereadores.

“Entedemos que o movimento grevista está em ascensão, cada dia mais pessoas ingressam na greve porque o descontentamento é geral”, ressaltou Reis. Conforme ele, é muito possível que a categoria permaneça em greve até que os outros três projetos sejam retirados ou rejeitados na Câmara de Vereadores. Além disso, Reis ressaltou que um dos pontos principais da greve também é a questão da possível privatização do Dmae. “Enquanto não falarmos sobre isso, devemos permanecer em greve”, destacou.

A diretoria do Simpa espera que o governo receba os municipários para saber sobre os outros projetos em curso, a suspensão do parcelamento dos salários, a reposição da inflação e também a decisão de compensação dos dias parados, sem punições aos grevistas. Ainda hoje, a partir das 10h, os municipários devem iniciar uma vigília na Câmara, com o objetivo de pressionar os vereadores a rejeitarem os projetos que seguem em tramitação. Na quinta-feira, 16 de novembro, os servidores farão um ato no Paço Municipal.

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