Não há como liberar governo do RS de pagar dívida, afirma ministro da Fazenda

Não há como liberar governo do RS de pagar dívida, afirma ministro da Fazenda

Joaquim Levy descartou renegociar dívidas dos estados com a União antes de janeiro de 2016

Agência Brasil

Joaquim Levy descartou renegociar dívidas dos estados com a União antes de janeiro de 2016

publicidade

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira que "não há previsão na lei" que possibilite autorizar o governo do Rio Grande do Sul a deixar de pagar a parcela da dívida com a União para fazer pagamentos a servidores públicos. Levy foi questionado por parlamentares gaúchos sobre o assunto.  Nessa segunda-feira, Sartori apontou um cenário de "calamidade" do Estado e oficializou o parcelamento dos salários do funcionalismo estadual.

No mês passado, o RS teve as contas bloqueadas pelo governo federal por não fazer o pagamento de parcela da dívida com a União. Nesta terça-feira houve novo bloqueio, confirmado pela Secretaria de Fazenda estadual. De acordo com a secretaria, o bloqueio ocorre um dia após o vencimento da parcela do mês de agosto, no valor de R$ 265,4 milhões.

Joaquim Levy descartou também a possibilidade de adiantar a renegociação das dívidas dos estados e municípios com a União, proposta pela vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, a deputada gaúcha Maria do Rosário. O projeto prevendo a renegociação foi aprovado pelo Senado, mas uma emenda ampliou até 31 de janeiro de 2016 o prazo para o governo celebrar contratos com o novo indexador da dívida.

Segundo o ministro, o adiantamento, que mudaria o indexador para Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4%, não ajudaria o estado, pois, atualmente, o Rio Grande do Sul não paga os juros e encargos integrais da dívida, em razão de um teto de 13% de comprometimento da dívida líquida real. "Na verdade, o Rio Grande do Sul está beneficiado pelo teto dos 13% e continuaria beneficiado. Talvez, no curto prazo, isso tenha um resultado mais forte do que a antecipação do que foi votado no Senado", disse o ministro.

Levy sinalizou ainda a não concordância do governo com uma redução ou perdão adicional do débito. "Alguns dos estados menos desenvolvidos não tinham tanta dívida. Alguns que tinham, eliminaram essa dívida com a União. Há um aspecto federativo, um aspecto redistributivo. Qualquer redução tem esse aspecto", afirmou.

Ao ser perguntado pelo líder da bancada gaúcha, Giovani Cherini (PDT-RS) e pelo deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) sobre créditos que o governo federal tem a pagar ao estado, relativos à Lei Kandir, por exemplo, o ministro da Fazenda apontou que "não há acerto de contas. Há o cumprimento da lei. A Lei Kandir é cumprida pelo governo federal. O governo está pagando o valor mensalmente". Mais cedo, Levy havia dito que o governo só pôde fazer os pagamentos da Lei Kandir após a aprovação do Orçamento de 2015 pelo Congresso, que ocorreu com atraso.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895