"Não se pode atender sempre o que as pessoas querem", diz Lula sobre greve

"Não se pode atender sempre o que as pessoas querem", diz Lula sobre greve

Ex-presidente comentou a posição de Dilma Rousseff diante da onda de paralisação dos servidores federais

AE

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira a posição do governo da presidente Dilma Rousseff em relação à greve dos servidores federais. “O governo nem sempre pode atender aquilo que as pessoas querem", disse Lula. "O governo tem de trabalhar com o dinheiro disponível. As pessoas, de vez em quando, precisam compreender que o governo não tem todo o dinheiro que a gente quando está fora pensa que tem. O dinheiro é limitado", explicou o ex-presidente, após participar de uma sessão de fotos com candidatos a prefeito do PT e de partidos aliados.

Apesar disso, Lula reconheceu que a greve é um direito dos trabalhadores. Segundo ele, Dilma está sensível às demandas da categoria. "A presidenta Dilma tem sensibilidade. Ela vive a angústia de não poder atender o que as pessoas precisam porque o dinheiro é curto", comentou. O ex-presidente lembrou o episódio de 2004, quando não pode reajustar o salário mínimo. "Eu fiquei muito magoado, muito chateado comigo mesmo", recordou.

Lula ressaltou ainda que além das limitações financeiras, Dilma também tem outras demandas a atender, como de investir em infraestrutura. "Penso que a Dilma tem vontade de atender as pessoas, mas ela tem limitações orçamentárias, ela tem outras coisas para fazer: ela tem investimento em infraestrutura, que é importante para melhorar a vida do povo", destacou. O ex-presidente afirmou que o governo federal está disposto a dialogar com os grevistas, mas ponderou que a prioridade da atual administração é com os mais pobres. "Ela (Dilma) quer ajudar as pessoas mais pobres, que não tem salário, e as pessoas precisam compreender isso", disse. Lula ainda afirmou que Dilma está se esforçando para resolver essas questões e que ela "vai acertar aquilo que puder acertar".

Lula também lembrou da crise financeira mundial. "As pessoas só precisam compreender que o mundo vive uma crise de grande repercussão, as coisas estão difíceis na Europa e nos Estados Unidos, e o Brasil, embora seja um País que sofre menos a crise, também está envolvido numa política globalizada", considerou.

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