Na corrida pelo Senado, Mourão evita tomar lado entre postulantes ao Piratini

Na corrida pelo Senado, Mourão evita tomar lado entre postulantes ao Piratini

Aos prefeitos, vice-presidente pretende 'andar pelo Estado todo'

Felipe Nabinger

Mourão participou da abertura da Assembleia de Verão da Famurs, em Torres

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Pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, evita posicionar-se quando questionado no palanque de quem estará entre os postulantes ao governo do Estado. “É uma decisão do partido. O Republicanos está conversando e é necessário que essas melancias se acomodem”, resumiu Mourão após participar da abertura da Assembleia de Verão da Famurs, em Torres, no Litoral Norte. Apoiadores do governo federal, Luiz Carlos Heinze (PP) e Onyx Lorenzoni (PL) devem estar na disputa pelo comando do Piratini.

Heinze encontrava-se no palco durante fala de Mourão, chegando a ser citado, junto com o também senador Lasier Martins (Podemos) na fala do vice-presidente. Já Onyx, ministro do Trabalho e Previdência Social, apesar de confirmar presença, desmarcou sua participação no evento por conta de compromissos em Brasília, conforme a assessoria. Embora evite criar atritos e aguarde decisão partidária, Mourão já tem definida a estratégia de campanha. “Vou andar pelo Estado todo. Inicialmente mais nas áreas rurais, para depois terminar a campanha nas áreas de maior concentração populacional, no eixo de Pelotas, Caxias do Sul e Porto Alegre”, disse. 

Preocupação com fertilizantes

Em sua exposição aos prefeitos, muitos deles de áreas rurais que pretende visitar, Mourão enfatizou a questão dos fertilizantes, que chegou a chamar de “Espada de Dâmocles”, em alusão ao conto grego do conselheiro da corte de Dioníso. “É uma questão de Estado, foi uma estratégia traçada há alguns anos atrás e não foi boa. Se levou em conta o preço, que era mais barato importar que produzir aqui e consequentemente ficamos dependentes de um país que pode entrar em conflito de uma hora para outra, nos deixando em situação desvantajosa”, afirmou Mourão. 

Hoje, o Brasil importa 85% do fertilizante que consome, sendo 23% vindos da Rússia. A guerra na Ucrânia fez com que o valor do insumo subisse, trazendo risco de desabastecimento. O general defende que o país passe a produzir pelo menos 60% dos fertilizantes, reduzindo em mais da metade a quantidade de fertilizantes importados. Para ele, isso exige um planejamento em conjunto da União com estados e municípios. A redução da produção nacional de fertilizante teve início no governo de Michel Temer, com fábricas fechadas também na gestão de Jair Bolsonaro. 

Mourão também falou sobre o combate à Covid-19, destacando investimentos na saúde e a compra de vacinas. “Somos um dos países mais vacinados do mundo”, afirmou. Cerca de 85% dos brasileiros tomou ao menos uma dose. Além disso, ele reafirmou confiar na honestidade do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que teve áudios vazados com suposto favorecimento a pastores. “É uma pessoa educada e, na minha avaliação, uma pessoa honesta. A PGE já solicitou autorização para o STF para que se abra um processo. Uma vez comprovado que houve irregularidade, que se tomem as providências que a lei determina”, disse.


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