Na posse, Aldo Rebelo faz elogios a Orlando e ao PC do B

Na posse, Aldo Rebelo faz elogios a Orlando e ao PC do B

Ministro do Esporte elogiou Programa Segundo Tempo, alvo de denúncias de irregularidades na pasta

AE

Rebelo abriu o discurso com um elogio à presidente Dilma Rousseff

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O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, assumiu nesta segunda-feira a pasta fazendo elogios a seu antecessor, Orlando Silva, e ao PC do B, partido ao qual os dois pertencem. Ele destacou a importância do cargo e fez questão de dizer que sua atuação será facilitada devido ao trabalho desenvolvido por Orlando. Ele fez ainda elogios ao Programa Segundo Tempo, alvo da maioria das denúncias de irregularidades no ministério.

Rebelo abriu o discurso com um elogio à presidente Dilma Rousseff. Enfatizou o fato de ela ser a primeira mulher eleita para ser chefe de Estado no País. Continuou com uma série de elogios a Orlando Silva. "Faço o elogio ao trabalho do Ministério, porque posso fazê-lo por sua biografia". Comentando a declaração de inocência feita pelo antecessor, Rebelo foi além. "Talvez, mais do que inocente, o senhor (Orlando) seja vítima, talvez essa seja a palavra mais precisa", disse Rebelo.

O novo ministro fez ainda menções honrosas ao seu partido, alvo de diversas denúncias de favorecimento por meio de desvio de recursos na Pasta do Esporte. Ele destacou a trajetória política do partido, a luta contra a ditadura e o fato de a legenda estar prestes a completar 90 anos de história. Afirmou ainda que possíveis erros serão corrigidos, mas não prejudicam a imagem do partido. "O PCdoB não está acima da crítica, das fatalidades humanas, dos erros".

Rebelo fez também uma exposição sobre o Segundo Tempo. Afirmou que a falta de equipamentos esportivos no Brasil dificultou a implantação do programa, que visa beneficiar crianças com a prática de atividades físicas. "A educação tem escola, a saúde tem hospitais, no esporte não tínhamos onde fazer a política pública".

O novo ministro enfatizou o fato de que o Brasil vai sediar a Olimpíada e a Copa do Mundo nos próximos cinco anos. Fez uma longa exposição sobre o futebol e destacou que a Fifa tem mais filiados do que a ONU. Disse também que precisará da ajuda do governo, de outros ministros, de dirigentes esportivos e até da imprensa para realizar seu trabalho.

O ministro concluiu seu discurso com duas referências bem-humoradas. A primeira foi pelo dia da posse. Rebelo fez um projeto, não aprovado, de transformar o dia 31 de outubro em Dia do Saci, para se contrapor ao norte-americano Halloween. A segunda foi com o fato de não poder atender ao primeiro pedido que recebeu no exercício da Pasta. De acordo com Aldo, o prefeito de Viçosa (AL), sua cidade natal, pediu que o município sediasse a abertura da Copa do Mundo. Ele afirmou que não será possível atender ao pedido e destacou que o evento será aberto em São Paulo.

"Orlando Silva não perde o meu respeito", afirma Dilma

Durante a posse de Rebelo, a presidente Dilma Rousseff destacou que mudanças podem ocorrer e pessoas podem deixar o governo. No entanto, enfatizou, "as políticas e as linhas de ação devem ser preservadas". Dilma fez elogios ao ex-ministro Orlando Silva e agradeceu a sua atuação à frente da Pasta. Segundo ela, o trabalho de Silva, foi importante na preparação do Brasil para os grandes eventos que virão.

A presidente contou que, quando Orlando Silva anunciou sua decisão de deixar o governo, ele disse que precisava sair para se defender e ela compreendeu. "Orlando Silva não perde o meu respeito. Perco um colaborador. Mas preservo o apoio de um partido cuja presença em meu governo considero fundamental", disse a presidente, numa referência ao PC do B, partido do ex e também do atual ministro da Pasta.

Em seguida, Dilma ressaltou as qualidades do novo ministro e disse ter certeza de que Aldo "será um titular em nosso time". Mas destacou: "O objetivo persiste exatamente o mesmo: dar continuidade a novos projetos e garantir o desenvolvimento do Brasil." Ela destacou a importância de preservar as conquistas da população brasileira, em especial dos 40 milhões que ingressaram na classe média.

Muito gripada, Dilma encerrou o discurso fazendo uma referência a uma imagem ligada ao futebol que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre gosta de usar: "Hoje colocamos a bola no chão, reiniciamos o jogo e vamos ao ataque".

Durante a solenidade, que contou com a presença de diversos ex-atletas brasileiros, inclusive Pelé, embaixador honorário da Copa, Dilma chamou por duas vezes o novo ministro de Aldo Rabelo, confundindo o seu sobrenome - Rebelo - com o do presidente do PCdoB, Renato Rabelo.




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