Nagelstein reage a articulação do MDB e critica comando do partido

Nagelstein reage a articulação do MDB e critica comando do partido

Vereador de Porto Alegre considera que é alvo de "fritura pública"

Flavia Bemfica

Vereador Valter Nagelstein quer disputar prefeitura de Porto Alegre em 2020

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Após divulgar uma carta aberta na manhã desta quinta-feira nas redes sociais, o vereador Valter Nagelstein (MDB) não quis responder se a manifestação é ou não sua despedida do partido. “A carta é o que está ali, já está tudo dito. Tenho a convicção de que posso ser o prefeito que tem condições de mudar a realidade da cidade. Esta é minha única certeza.” Sobre a manifestação oficial do PSD para que ingresse na legenda, Nagelstein disse que recebeu convite de mais de um sigla. “Só não vou dizer quais porque não estou fazendo leilão.”

A saída do vereador é dada como certa por lideranças do MDB da Capital, em função dele colocar a candidatura à prefeitura como condição para sua permanência. Na coluna dessa quinta-feira, Taline Oppitz relatou almoço, ontem, entre lideranças do MDB, em Porto Alegre, para unificar o partido para as eleições de 2020. A possibilidade de saída de Nagelstein foi um dos assuntos discutidos. 

No partido a prioridade é pela costura em torno do nome do deputado estadual Sebastião Melo ou, em menor medida, pelo de Cezar Schirmer, ex-secretário Estadual de Segurança Pública. O vereador André Carús também se apresentou, mas com a ressalva de que acatará qualquer outra decisão partidária. Os debates, que se misturam com os movimentos do MDB para evitar uma diminuição drástica da atual bancada na Câmara de Vereadores, se intensificaram nos últimos dias, em função dos preparativos para as convenções municipais da legenda que, em 24 de agosto, definirão as novas executivas municipais. Nagelstein se mostra particularmente incomodado com o que denomina de fritura pública de seu nome e com a postura do atual presidente do diretório metropolitano da Capital, Antenor Ferrari.

“A manifestação pública dele comigo é desrespeitosa. O mínimo que deveria dizer é que eu sou um quadro importante do partido, que eu tenho que ser valorizado, que o partido vai conversar comigo. E não dizer para que eu seja feliz. Quem é ele? Eu fiz uma gestão histórica à frente da Câmara de Vereadores, eu fiz a diferença por onde eu passei. Eu não reconheço autoridade nesse senhor. Se o partido envelheceu, se tornou arcaico, ou se é uma panela, não sou eu que vou mudar isso. Não fui eu, por exemplo, que fiz manifestações dizendo que o partido ia fazer um esforço para manter a Comandante Nádia (a vereadora licenciada e atual secretária municipal de Desenvolvimento Social, Nádia Gerhard) e que o Valter não tem importância.”

Na carta, o vereador ressalta que sempre defendeu a ideia de que havia uma fila no MDB a respeito da indicação do nome para disputar a prefeitura e que considera esgotada sua etapa como vereador. “Disse que queria ser candidato à prefeitura, por minha história. Dei mais tempo ao partido que Jacó a Labão. Se essa não é a visão do partido, não cabe a mim fazer súplicas ou exigir reconhecimentos”, informa.


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