Nardes desmente que tenha adiantado voto à imprensa
Relator das contas da presidente Dilma afirma que jornalista publicou voto sem ele saber
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• Governo pedirá ao TCU suspensão do julgamento de contas de Dilma
Segundo Nardes, isso não ocorreu. As duas manifestações, segundo ele, foram relativas sempre a votos já publicados. O ministro gaúcho garante ainda não ter vazado o conteúdo do voto à imprensa, como acusou Adams. Na versão de Nardes, o jornalista que publicou parte do voto, que vai ser tornado público somente na quinta-feira, conseguiu o conteúdo através de outra fonte.
“Eu distribuí na quinta-feira passada o meu voto para mais de 20 pessoas do Tribunal (TCU) para o julgamento que será na quarta-feira. O que eu tenho falado, inclusive em entrevista à Rádio Guaíba anteriormente, é sobre os votos já públicos que saíram. Então sobre a questão do advogado-geral da União, tentando me atacar, é porque de certa forma não consegue justificar um trabalho que foi feito coletivo entre os técnicos do TCU. Não posso adiantar o voto de ninguém, nem o meu voto. O que aconteceu é que um jornalista teve acesso a esse voto que eu mandei e divulgou parte do voto na sexta-feira. Mas eu fiz como estabelece o regimento interno. Eu não vazei, não passei informações para a imprensa”, disse Nardes.
A manifestação de Adams ocorreu em coletiva de imprensa na sede da AGU, nesse domingo, junto com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. “A Lei Orgânica da Magistratura diz que é vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre o processo pendente. Ele (Nardes) não só fala do processo como também antecipa o que vai fazer. Essa prática reiterada constrange o restante do Tribunal em busca de apoio. Deixa de ser magistrado e vira político. Este processo está eivado de politização”, disse.
Cardozo também lamentou a politização do processo. Ele acrescentou que o governo não quer, com a apresentação da arguição de suspeição, o adiamento do julgamento das contas da presidenta Dilma Rousseff, marcado para quarta, para “ganhar tempo”, mas sim o respeito à lei. Para o ministro da Justiça, as regras legais foram violadas pelo relator.