Nardes prevê apresentar em fim de setembro relatório sobre as contas de Dilma no TCU

Nardes prevê apresentar em fim de setembro relatório sobre as contas de Dilma no TCU

Ministro deu declaração durante visita à Expointer nesta quinta-feira

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Nardes prevê apresentar em fim de setembro relatório sobre as contas de Dilma no TCU

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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator das contas de 2014 do governo federal, disse nesta quinta-feira em visita à 38ª Expointer, em Esteio, que espera as justificativas da presidente Dilma Rousseff a R$ 104 bilhões em chamadas “pedaladas fiscais”, feitas no passado. O número leva em conta R$ 40 bilhões do período entre 2009 a 2014, mais de R$ 28 bilhões em contingenciamentos e R$ 10 bilhões em liberações, acrescidos a R$ 36 bilhões apontados pelo Ministério Público de Contas da União.

TCU dá mais 15 dias para governo explicar contas de 2014

As justificativas sobre os indícios de irregularidades no cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal devem ser entregues ao TCU, pela Advocacia-Geral da União, até o fim da próxima semana. Após receber as alegações da defesa, Nardes espera liberar em fim de setembro o voto a ser examinado pela Corte. “Nós estamos indo para análise final e não tenho de dar mais prazo (para justificativas). Então, no dia 11 de setembro, nós recebemos a resposta e teremos entre 10 e 15 dias para fazer a análise final e formatar o nosso voto”, disse.

O ministro ressaltou que os “números são impactantes”, mas contemporizou ao afirmar que o uso de bancos públicos para o pagamento de despesas é uma prática comum e que já foi utilizada pelos antecessores de Dilma. Pela primeira vez, em vez de aprovar ou reprovar as contas de um presidente, o Tribunal decidiu, em 16 de junho, adiar a análise por 30 dias a fim de ouvir as explicações do Planalto. O prazo, porém, já foi duas vezes alterado. O primeiro pedido de adiamento vencia em 28 de agosto.

Em abril, o TCU apontou atraso no repasse de verbas do Tesouro Nacional a bancos públicos para o pagamento de despesas com programas sociais do governo, como Bolsa Família, seguro-desemprego e abono salarial. No entendimento dos ministros do tribunal, a atitude do governo foi considerada uma operação de crédito porque, na prática, os bancos públicos “emprestaram” valores à União.

“Pedalada fiscal” é a expressão usada para batizar a prática do Tesouro Nacional de atrasar propositalmente o repasse de verbas a bancos a fim de equilibrar as contas federais, apresentando despesas menores do que o montante real

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