"Ninguém sabe o que aconteceu", diz Wajngarten ao chegar à sede da PF em Brasília

"Ninguém sabe o que aconteceu", diz Wajngarten ao chegar à sede da PF em Brasília

Ex-secretário de Comunicação afirmou que vai 'tomar ciência dos autos' da investigação que teve como um dos alvos Jair Bolsonaro

R7

Inquérito foi aberto por requisição do MPF, com base em reportagens do jornal Folha de S. Paulo

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O ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que "ninguém sabe o que aconteceu", se referindo às buscas feitas pela Polícia Federal na casa do ex-presidente em Brasília na manhã desta quarta-feira (3). Bolsonaro foi alvo de mandado de busca e apreensão na ação que investiga a atuação de um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

"Vamos tomar ciência dos autos agora. Ninguém sabe o que aconteceu", disse Wajngarten à Record TV ao chegar na sede da PF.

O ex-presidente deve prestar depoimento ainda nesta quarta. Durante as buscas, ele teve o celular apreendido. Há suspeitas de que o cartão de vacinação de sua filha Laura, de 12 anos, teria sido adulterado.

A operação está dentro do inquérito das "milícias digitais", que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Entre os presos na ação estão o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e os ex-assessores especiais do ex-presidente Sérgio Cordeiro e Max Guilherme.

 

Entenda a operação

Segundo a PF, as inserções falsas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, no caso, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários.

Com isso, os criminosos puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (de Brasil e Estados Unidos), que visavam impedir a propagação de doença.

A apuração indica que o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a sua pauta ideológica, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação do que se convencionou chamar “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

Os fatos investigados configuram em tese crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

 


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