No RS, Gleisi fala em manter tom de campanha e projeta disputas dentro e fora do governo

No RS, Gleisi fala em manter tom de campanha e projeta disputas dentro e fora do governo

Presidente nacional do PT participa de eventos do Fórum Social Mundial e reunião partidária para definições de estratégia após eleição

Felipe Nabinger

Gleisi Hoffmann falou sobre importância dos comitês de luta e do cenário político do novo governo.

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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez uma análise do cenário pós-eleição em evento que tratou da importância de comitês populares em Porto Alegre. Para ela, o partido precisará estar “em campanha” ao longo dos quatro anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacou a organização de extremistas e disputas externas e internas a serem travadas.

“Estaremos em campanha quatro anos. É a disputa da narrativa e da linha política. Teremos que estar todo dia fazendo essa disputa, conversando com as pessoas”, afirmou Gleisi, em evento promovido pela Escola Nacional de Formação do PT, dentro do Fórum Social Mundial (FSM), na sede do Simpa, nesta terça-feira. É a primeira vez que ela visita o Estado após a eleição vencida por Lula.

Para a presidente da sigla, a participação popular será fundamental. “Temos a oportunidade das nossas vidas de firmar um projeto para esse país. São esses quatro anos que teremos para fazer mudanças e construir esse projeto”.

A dirigente partidária lembrou que a eleição foi “apertada” e destacou a organização de movimentos extremistas. “A extrema-direita está organizada, tem base social, liderança e enraizamento. Estamos lidando com uma força política que tem resistência”, afirmou. Organização, força dos comitês, na comunicação e uso das redes sociais foram apontados por Gleisi como ações necessárias neste enfrentamento.

Disputa externa e interna

Ao ressaltar a criação de uma frente democrática e articulações para formação de base, a fim de ampliar a base que hoje conta com cerca de 140 deputados, Gleisi admitiu disputas internas. Segundo ela, em um “governo de coalizão”, siglas tem “outros interesses” no processo.

“Esse governo é um governo de disputa na sociedade política contra a extrema-direita, portanto em defesa da democracia, e é um governo também em disputa interna”, disse. A dirigente partidária reforçou a defesa das propostas de campanha acima de agradar outras legendas.

Gleisi deixou o local sem atender a imprensa, partindo para uma reunião fechada com a executiva estadual na sede da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS).

Reunião com partido

Na pauta da reunião com os gestores do PT regional, oficialmente, o planejamento das ações do partido após o pleito do ano passado. No entanto, a presença de Gleisi em Porto Alegre ampliou as conversas quanto nomeações para cargos diretivos regionais como, por exemplo, no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e na Trensurb. Essas nomeações envolvem indicações de outras siglas que apoiaram Lula ao longo do processo eleitoral.

Após as duas agendas, Gleisi Hoffmann ainda participa, à noite, do painel "O novo Brasil que queremos construir", também integrando Fórum Social Mundial, no Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa.

Além da representante do PT, vão compor a mesa do encontro, com início previsto para as 19h, representantes gaúchos do PCdoB, PV, PSol, Rede, PSB e PDT, além do empresário Oded Grajew, idealizador do FSM. 

Gleisi deixa o Estado nesta terça-feira, sem outras agendas previstas.


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