Nota de Sociedade de Engenheira do RS contra eleição gera reações

Nota de Sociedade de Engenheira do RS contra eleição gera reações

Sergs emitiu manifesto citando descumprimento da Constituição. Partidos e um grupo de engenheiros criticam

Correio do Povo

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Após repercussão de uma nota do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenheira do RS (Sergs), na qual citam “descumprimento da Constituição” e “intervenção federal”, um grupo de engenheiros lançou nesta sexta-feira um manifesto repudiando a postura da entidade. Até esta sexta-feira à tarde, o documento já tinha 566 assinaturas. Profissionais de outras áreas também aderiram ao abaixo-assinado. “Consideramos absurda qualquer declaração em favor de intervenção militar”, cita o manifesto do grupo, que diz ainda que o “setor que hoje ocupa a direção da Sergs não fala em nome da categoria profissional da engenharia”.

Além disso, as direções do PT e do PSB no Rio Grande do Sul manifestaram repúdio ao conteúdo da nota e disseram que buscarão medidas cabíveis junto à Justiça. “(O PT) tomará as providências judiciais cabíveis para que nenhuma manifestação que ataque a Constituição e a democracia brasileira seja tolerada e fique impune”, diz nota do PT RS. “Igualmente, conclamamos os demais partidos políticos e associações da sociedade civil a nos acompanharem nesta ação. A exigência de responsabilização e punição dos autores dessa triste manifestação é um dever cívico”, diz a nota assinada pelo presidente do PSB/RS, Mário Bruck. A CUT-RS também repudiou a nota. “Trata-se de mais uma nota vergonhosa, inconstitucional e criminosa, que agride e viola o Estado Democrático de Direito e desrespeita a vontade soberana do povo brasileiro, que elegeu Lula (PT) para presidente da República a partir de 1º de janeiro de 2023”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. 

Entenda.

A nota da Sergs foi divulgada na quarta-feira passada, tendo a assinatura do presidente do Conselho Deliberativo, Luis Roberto Ponte. Integrante do MDB, Ponte foi deputado constituinte e secretário de Estado. Em um trecho, a entidade “vem solicitar a reconstituição da democracia e da liberdade, com a destituição constitucional dos golpistas mediante iniciativa do Poder Executivo e suas Forças Armadas”, faz criticas ainda às urnas eletrônicas e à vitória de Lula na eleição deste ano. 

Inicialmente, o documento também tinha a assinatura do presidente da entidade, Walter Lidio Nunes. Porém, após a divulgação, ele manifestou-se dizendo que sua posição e da diretoria é contrária à citada nota. “Precisamos nos guiar pela democracia e pelo diálogo, sem o intervencionismo das forças armadas como o caminho para viabilizá-la”, diz um trecho.


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