Nota do MPF afirma que mandados coletivos em intervenção são ilegais

Nota do MPF afirma que mandados coletivos em intervenção são ilegais

Órgãos da instituição salientaram "vícios" em decreto do governo que podem representar "violações graves à Constituição"

Correio do Povo

Órgãos da instituição salientaram "vícios" em decreto do governo que podem representar "violações graves à Constituição"

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A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e a Câmara Criminal do Ministério Público Federal divulgaram nota, nesta terça-feira, apontando problemas com o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. A principal delas, conforme os órgãos, é que a previsão de mandados de busca e apreensão coletivos "ou genéricos" é ilegal.

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"Mandados em branco, conferindo salvo conduto para prender, apreender e ingressar em domicílios, atentam contra inúmeras garantias individuais, tais como a proibição de violação da intimidade, do domicílio, bem como do dever de fundamentação das decisões judiciais", salientou a nota. "Além de constituir ato discriminatório contra moradores de determinadas áreas da cidade", reforçou o texto da PFDC.

Os órgãos do Ministério Público Federal também salientam, no comunicado, que o decreto deveria delimitar o período da intervenção. Segundo o MPF, a Constituição determina que o decreto “especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução".

O PFDC também avaliou que o decreto precisa especificar como atenderá às leis estaduais em vigor no Rio de Janeiro. "O decreto ressente-se de vícios que, se não sanados, podem representar graves violações à ordem constitucional e, sobretudo, aos direitos humanos."

Mais cedo, no Rio de Janeiro, o ministro da Jutiça, Torquato Jardim, disse que os mandados seguirão o modelo da Constituição, com nomes e endereços. Ele, porém, informou que, dadas as singularidades das áreas de conflito, os pedidos de tais mandados deverão conter vários nomes e múltiplos endereços. “As zonas de conflito no Rio de Janeiro tem urbanização precária, os endereços não são todos facilmente localizáveis. Sendo assim, é possível que os pedidos sejam feitos com base em posições de GPS e descrevendo áreas das comunidades”, afirmou.

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