Novo PAC dá início ao meu terceiro mandato, diz Lula

Novo PAC dá início ao meu terceiro mandato, diz Lula

No lançamento do programa, presidente disse que meses anteriores eram para "reparar aquilo que tinha desandado"

Correio do Povo e AE

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dá início de fato ao seu terceiro mandato. O investimento total no PAC é de R$ 1,7 trilhão e todos os estados terão aportes para melhorias.

O novo PAC é uma das principais políticas dos governos petistas e o de agora é feito em nove eixos (Inclusão digital e Conectividade, Saúde, Educação, Infraestrutura social e inclusiva, Cidades sustentáveis e resilientes, Água para todos, Transporte eficiente e sustentável, Transição e segurança energética, e Defesa). 

"Hoje começa o meu governo. Até agora (o tempo) foi para reparar aquilo que tinha desandado. Nós já recuperamos 42 políticas de inclusão social. A partir do PAC, ministro vai parar de ter ideia e vai ter que trabalhar muito para executar esse PAC", expressou. 

Lula deixou claro que o valor de R$ 1,7 trilhão não é fixo. Se novas ideias surgirem, o PAC poderá ter um valor ainda maior de investimentos. "Não vai faltar disposição de trabalho, e se o Haddad (ministro da Economia) abrir a mão, pode até ter um pouco mais de dinheiro", explicou. 

O presidente analisa que o PAC utiliza três mecanismos cruciais ao crescimento econômico do Brasil: previsibilidade, credibilidade e estabilidade. "Esse PAC será lançado em cada estado para que todo mundo saiba o que vai acontecer", afirmou. "Tem muita gente que quer investir no Brasil. A Europa precisa da América Latina", acrescentou. 

O presidente está confiante com o novo programa em razão da experiência de sua equipe ministerial. Segundo o presidente, embora o PAC tenha um investimento alto, foi necessário ajustar os aportes à realidade de um único mandato. "O Helder Barbalho (governador do Pará) me pediu 50 obras no PAC. Ele deve estar achando que o governo é de 100 anos, e não de quatro", brincou. 

O Chefe de Estado relatou incômodos com aferições sobre sua articulação política. O presidente destacou que é necessário o diálogo com todos os lados. "O Arthur Lira (presidente da Câmara) é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Na campanha vamos nos xingar, mas quando termina a eleição, ele não está aqui como Arthur Lira, está como presidente da instituição que o Poder Executivo precisa", pontuou.

A cerimônia de lançamento do PAC contou com diversas autoridades do país. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que por conta do programa, o Brasil estará aumentando ainda mais o contato com estados e municípios para o bom andamento da iniciativa do governo. Na avaliação de Costa, o conjunto de investimentos é simbólico no Brasil, pois governantes após a gestão de Dilma Rousseff não priorizaram repasses aos estados e municípios. 

Diferentes fontes de recursos 

O foco do governo, conforme o ministro, foi analisar as obras no Brasil que tinham o poder de gerar maior poder aquisitivo para a população após a conclusão. O ministro detalhou o montante de 1,7 trilhão, sendo ele constituído de: 

• R$ 371 bilhões de recursos do Orçamento Geral da União (OGU);
• R$ 343 bilhões de estatais; 
• R$ 362 bilhões de financiamentos; 
• R$ 612 bilhões do setor privado. 

Para Costa, a expectativa é que 4 milhões de empregos (2,5 milhões diretos e 1,5 milhões indiretos) estejam vinculados às obras do PAC. Durante o lançamento, o integrante do governo fez um apelo A Arthur Lira para a articulação de emendas parlamentares destinadas aos serviços do programa. 

O ministro da economia, Fernando Haddad, destacou que um dos diferenciais do programa é a união entre o interesse em novo investimentos à população e a preocupação ecológica. O integrante do governo ressaltou ainda a criação, junto com o Novo PAC, do Plano de Transformação Ecológica. Além da preocupação com a transição energética, o plano cria uma nova conduta e postura sobre o meio ambiente, com a proposição de novas leis e regulamentos; mais investimentos em ciência e tecnologia; e linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento sustentável; entre outros.

Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a estatal vive novos tempos na gestão de Lula. No leque de intervenções feitas pela empresa, Prates destacou os serviços para a construção de uma biorrefinaria em Rio Grande. A Petrobras terá 47 projetos no Novo PAC, sendo a maior parte na exploração e produção de petróleo e gás. 

PAC no Rio Grande do Sul 

No Rio Grande do Sul, o programa vai investir R$ 75,6 bilhões em obras. Entre as intervenções que receberão os recursos do programa estão antigas reivindicações. São elas:

• Conclusão das obras de acesso à nova Ponte do Guaíba;
• Duplicação da BR 116 entre Porto Alegre/Pelotas,
• Adequação do trecho Porto Alegre/Novo Hamburgo da BR 116;
• Duplicação da BR 290 no trecho Eldorado do Sul/Pântano Grande; 
• Conclusão da Barragem Arroio Jaguari, na divisa entre os municípios de São Gabriel e Lavras do Sul, na Fronteira Oeste;
• Barragem Arroio Taquarembó, em Dom Pedrito, na região da Campanha;
• Moradias do Minha Casa, Minha Vida.

A partir de setembro, no âmbito do Novo PAC, o governo federal lançará editais que somam R$ 136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios como urbanização de favelas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, mobilidade urbana e prevenção a desastres naturais; UBSs, policlínicas e maternidades; creches, escolas e ônibus escolares; CEUs da cultura e projetos de patrimônio histórico e espaços esportivos comunitários.


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