Ocidente "luta diretamente" contra Rússia na Ucrânia, diz Lavrov

Ocidente "luta diretamente" contra Rússia na Ucrânia, diz Lavrov

Ministro das Relações Exteriores russo mencionou os bilhões de dólares em armas que o Ocidente forneceu a Kiev desde a invasão russa da Ucrânia

AFP

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Os países do Ocidente, com seu apoio à Ucrânia, entraram em guerra direta contra Moscou, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, neste sábado, em entrevista coletiva em Nova York.

"Podem chamar como quiserem, mas estão lutando contra nós, estão lutando diretamente contra nós, chamamos isso de guerra híbrida, mas isso não muda nada", disse Lavrov aos jornalistas após discursar na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Durante sua longa entrevista na sede da ONU em Nova York, o chefe da diplomacia russa foi perguntado sobre o envolvimento dos Estados Unidos no conflito na Ucrânia. Lavrov mencionou os bilhões de dólares em armas que o Ocidente forneceu a Kiev desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro do ano passado, assim como o apoio dos serviços de inteligência americanos e britânicos, e a presença de assessores militares ocidentais no conflito.

"Estão lutando 'de facto' contra nós, utilizando os corpos e mãos de ucranianos. Acho que todos aqui presentes que se interessam pela situação na Ucrânia sabem muito bem que os americanos, os britânicos e outros estão lutando, primeiramente, fornecendo mais e mais armas", acusou Lavrov.

O chanceler russo também citou a presença na Ucrânia de mercenários ocidentais. Por outro lado, os Estados Unidos e outros governos do Ocidente garantem que dissuadem seus cidadãos de viajarem à Ucrânia e que esses combatentes estão lá por conta própria.

Lavrov chegou a Nova York na terça-feira para participar da Assembleia Geral, mas evitou cruzar com presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que compareceu pessoalmente às Nações Unidas para buscar apoio da comunidade internacional e propor uma cúpula para discutir seu plano de paz.

Na quarta-feira, o líder ucraniano também participou reunião do Conselho de Segurança dedicada à situação em seu país, e pediu que fosse retirado o direito de veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes.

"Vi na televisão. Parecia bastante sombrio", disse Lavrov. "Mas tenho que cuidar de meus próprios assuntos. Todos sabíamos o que ele ia dizer, assim que, para que perder tempo?", ironizou. Lavrov também fez pouco caso do plano de paz apresentado por Zelensky e criticou os Estados Unidos e a União Europeia por seu apoio ao mesmo.

"Não é realista e todo o mundo entende isso. Mas, ao mesmo tempo, dizem que é a única base para as negociações", disse. "Chegamos à conclusão de que ninguém quer mostrar seriamente que compreende o que está acontecendo", acrescentou. Sobre o fim do conflito, advertiu que, "nestas circunstâncias, se dizem que é no campo de batalha, então será no campo de batalha".


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