Onyx evita falar das acusações a Bolsonaro e defende organização da direita no RS

Onyx evita falar das acusações a Bolsonaro e defende organização da direita no RS

Ex-ministro palestrou no lançamento da Frente Conservadora, encabeçada por seu filho, em Porto Alegre

Felipe Nabinger

Onyx Lorenzoni foi um dos palestrantes do lançamento da Frente Conservadora

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Ex-ministro no governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL) fez críticas ao que chamou de “infantilidade” no campo conservador, defendeu a necessidade de organização desse campo político e, sem comentar as acusações feitas pelo hacker Walter Delgatti ou a possível confissão de Mauro Cid, voltou a defender Jair Bolsonaro como líder da direita no Brasil durante o lançamento da Frente Conservadora, em Porto Alegre.

Onyx voltou à estrada após a campanha ao governo do Estado, quando foi derrotado por Eduardo Leite (PSDB). Depois de percorrer cinco regiões do RS na semana passada, ao lado do filho, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL), ele foi um dos palestrantes no lançamento da frente, nesta quinta-feira.

Em seu discurso, no evento que ocorreu no Teatro Dante Barone, Onyx comparou o campo conservador com uma criança, que enfrenta adversários mais organizados e alinhados com o que chamou de “o sistema”. “Vencemos em 2018 porque o sistema cochilou. Piscou. E foi possível que com apoio de vocês, nas ruas do Brasil, que pudéssemos vencer.”

Ele voltou a fazer uma defesa do ex-presidente Bolsonaro, tornado inelegível pela Justiça Eleitoral, destacando seu papel de líder deste campo ideológico, além de falar sobre números do governo passado em áreas como a economia. “Não temos narrativas, temos fatos. Nos falta organização e é o que estamos fazendo aqui”, disse.

“Isso assusta o mecanismo e faz com o sistema trema. Eles nos temem. Mas não podemos mais agir como crianças”, afirmou. Essa crítica ao campo conservador apareceu em outro ponto de sua fala, onde disse ter sido uma “infantilidade” em determinado momento de governo confrontar militares e o escritor Olavo de Carvalho, uma espécie de “guru” do bolsonarismo, sendo que todos seriam conservadores.

Defendendo a organização social do campo conservador, Onyx afirmou que os conservadores conseguirão mobilizar o Brasil. “Nós resistiremos, nós persistiremos e nós vamos recuperar o poder no Brasil”, encerrou.

Eventos pelo RS

O lançamento da frente, que é encabeçada pelo deputado Rodrigo Lorenzoni, contou, além de Onyx, com palestras dos deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Tenente-Coronel Zucco (Republicanos), e do vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes (PL).

“A organização da direita precisa acontecer nas cidades, nas famílias, nas instituições e nos partidos. Os próximos passos da frente são fazer eventos como esse pelo RS”, antecipou Rodrigo. Além disso, movimentos similares serão fomentados em esfera municipal, junto às Câmaras de Vereadores.

Ricardo, Zucco, Rodrigo, Onyx e Gayer no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa Foto: Rodrigo Savedra / Divulgação

Era aguardada a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). No entanto, ele não compareceu, sendo reproduzido um vídeo no telão onde ele justifica a ausência pelos trabalhos na CPMI dos atos de 8 de janeiro, no Congresso. “Tem cerca de cem pessoas que seguem detidas e sabemos que se tivessem traficando drogas não estariam sendo punidos de maneira tão rigorosa e antecipada”, disse.

Estiveram também no ato o deputado federal Giovani Cherini (PL), os deputados estaduais Paparico Bacchi (PL) e Joel Wilhem (PP), e a vereadora de Porto Alegre, Fernanda Barth (PL), além de representantes de movimentos conservadores.


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