Operação sobre 'Abin paralela' apreende computadores, celulares e uma arma

Operação sobre 'Abin paralela' apreende computadores, celulares e uma arma

Um notebook da Abin foi apreendido em um imóvel em Salvador

Estadão Conteúdo

Um notebook da Abin foi apreendido em um imóvel em Salvador

publicidade

A Polícia Federal realiza nesta segunda-feira, 29, novas diligências no bojo da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência no governo Jair Bolsonaro. Um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo apurou o Estadão. De acordo com a Globonews, o filho "02" do ex-presidente teria recebido informações da suposta "Abin paralela". Na ação, a PF apreendeu computadores, celulares e uma arma.

A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25 de janeiro. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.

A PF foi às ruas na manhã desta segunda para vasculhar endereços no Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (GO-1) e Salvador (1). A nova etapa do inquérito mira o "grupo político" vinculado aos servidores da Abin sob suspeita. A PF quer identificar os "principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente".

Além de Carlos Bolsonaro, são citados na investigação: Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio; Priscila Pereira e Silva, assessora de Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Câmara dos Deputados; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército cedido a Abin.

Ao longo das diligências a PF apreendeu computadores, diversos celulares e uma arma. Na casa de Giancarlo, em Salvador, foi apreendido um notebook da Abin. A mulher do militar é servidora da agência.

De acordo com a corporação, a ofensiva apura possíveis crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

A Operação Vigilância Aproximada, por sua vez, é uma continuação da Operação Última Milha, que, em outubro de 2023, chegou a prender servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. À época, o Estadão mostrou como a ofensiva ligou um sinal de alerta para o vereador Carlos Bolsonaro, que nesta segunda-feira é alvo de buscas.

O funcionamento da inteligência do governo passado era algo do interesse de Carlos Bolsonaro, que tem estreita relação com Ramagem.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895