Pacheco diz que Congresso apresentará soluções para piso da enfermagem

Pacheco diz que Congresso apresentará soluções para piso da enfermagem

Presidente do Senado promete reunir líderes partidários para discutir fontes de financiamento para a lei

R7

Rodrigo Pacheco diz que Congresso apresentará soluções

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (15) que o Congresso Nacional apresentará na próxima semana as fontes para bancar o piso salarial nacional da enfermagem. A lei ficará suspensa por pelo menos 60 dias por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que questionou, entre outros pontos, o fato de o Legislativo não ter previsto no projeto que criou o piso quais recursos serão utilizados para o pagamento. 

Pacheco lamentou a decisão do STF, mas garantiu que o Congresso achará uma saída. Segundo ele, "diante da decisão colegiada do STF, cabe-nos agora apresentar os projetos capazes de garantir a fonte de custeio a estados, municípios, hospitais filantrópicos e privados". Algumas das fontes cogitadas pelo Legislativo são o reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), a desoneração de folhas de pagamento e a compensação de dívidas dos estados com a União.

"A posição do STF não sepulta o piso nacional da enfermagem, mas o suspende, algo que o Congresso Nacional evidentemente não desejava. Chamarei uma reunião de líderes imediatamente e, até segunda-feira, apresentaremos as soluções possíveis", afirmou o presidente do Senado.

 "Se preciso for, faremos sessão deliberativa específica para tratar do tema mesmo em período eleitoral. O assunto continua a ser prioritário e o compromisso do Congresso com os profissionais da enfermagem se mantém firme. Espero solução para breve", acrescentou.

O piso salarial da enfermagem

O piso salarial da enfermagem contempla enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiros. O primeiro pagamento do novo piso aconteceria no último dia 5.

De acordo com a lei, enfermeiros passariam a receber um salário mínimo inicial de R$ 4.750, a ser pago em todo o país por serviços de saúde públicos e privados. A remuneração mínima de técnicos de enfermagem seria de 70% do piso nacional dos enfermeiros (R$ 3.325), enquanto o salário inicial de auxiliares de enfermagem e parteiros corresponderia a 50% do piso dos enfermeiros (R$ 2.375).

Após o piso entrar em vigor, o STF foi acionado pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que pediu ao tribunal que declare a lei inconstitucional e cancele os efeitos dela. A entidade alega que a norma que criou o piso desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária de estados, do Distrito Federal e dos municípios tanto por repercutir sobre o regime jurídico de seus servidores quanto por impactar os hospitais privados contratados pelos entes para realizar procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O piso foi barrado de forma temporária por determinação do ministro Luís Roberto Barroso. A decisão dele foi colocada em votação no plenário virtual do STF, que nesta quinta-feira formou maioria a favor do entendimento.

Barroso decidiu suspender o pagamento do piso salarial da enfermagem por entender que é necessário avaliar como fica o quadro de empregabilidade na área com a nova lei. Além disso, o ministro disse que a mudança pode gerar problemas financeiros nos estados e municípios. Ele ainda pontuou o risco de fechamento de leitos por falta de pessoal.


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