Padilha critica onda de invasões do MST: "Há outras formas de luta"

Padilha critica onda de invasões do MST: "Há outras formas de luta"

Movimento protagonizou ao menos 11 ações de invasão neste mês

R7

Alexandre Padilha vai comandar a Secretaria das Relações Institucionais no governo Lula

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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, criticou nesta sexta-feira (21) a série de invasões a fazendas e propriedades rurais protagonizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo ele, os militantes do grupo deveriam adotar outras formas de protesto para reivindicar direitos.

"Discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo áreas em que está se desenvolvendo pesquisa, como forma de luta. Acredito que o movimento e outros movimentos tenham outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a causa da reforma agrária, agricultura familiar, produção de alimentos no nosso país", afirmou Padilha.

Somente em abril deste ano o MST invadiu ao menos 11 locais. Entre os alvos das ações dos militantes em diversos estados, estão fazendas, propriedades, áreas públicas e órgãos, como prédios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

As invasões fazem parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, o chamado Abril Vermelho, em memória às 19 mortes de trabalhadores sem-terra ocorridas em Eldorado do Carajás (PA), em 17 de abril de 1996.

As ações ocorreram em Pernambuco, no Ceará, em Minas Gerais e em Alagoas. Em Pernambuco, 2.280 famílias, segundo levantamento do próprio movimento, invadiram ao menos oito locais — uma área da Embrapa e sete propriedades, entre fazendas, engenhos e terras públicas.

A ação do MST incomodou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião de emergência com membros do movimento na quinta-feira (20).

O MST apresentou três reivindicações:
• aumento dos recursos do Incra para a compra de terras da reforma agrária;
• criação de uma política de crédito especial para financiar a agricultura familiar; e
• inclusão da reforma agrária na agenda de desenvolvimento.

Haddad prometeu avaliar os pedidos do MST, e o grupo sinalizou que vai desocupar a área da Embrapa invadida em Pernambuco.


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