Padilha tratou de propina durante três governos federais, diz jornal

Padilha tratou de propina durante três governos federais, diz jornal

Delatores relataram que ministro de Temer tinha papel relevante no trato com a Odebrecht

Correio do Povo

Padilha tratou de propina durante três governos federais, diz jornal

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Os delatores da Odebrecht relataram em depoimentos no âmbito da investigação da Lava Jato que o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pediu, recebeu e gerenciou propinas e caixa 2 durante três governos federais. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo jornal Folha de São Paulo. 

De acordo com a publicação, as irregularidades teriam ocorrido durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003 - 2010) e Dilma Rousseff (2011 - 2016). Conforme os executivos da Odebrecht, Padilha teria sido responsável por arrecadar R$ 11,5 milhões. 

A Folha relata ainda que Padilha foi mencionado por seis executivos da Odebrecht e todos o colocam como uma figura relevante no trato com a empreiteira, dando ao gaúcho uma exposição maior do que aos outros sete ministros que também são investigados. 

O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, autorizou a abertura de dois inquéritos para investigar a conduta de Eliseu Padilha. Ele é citado como autor de pedidos, recebimentos ou cobranças de propina vinculados a três obras: Eclusa Lajeado, em Tocantins; na Trensurb, ferrovia do Rio Grande do Sul; e no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. 

Segundo delatores, as solicitações ocorreram como contrapartida por ajuda dada pelo ministro em licitações que terminaram com a Odebrecht como vencedora. O jorna cita dois executivos da Odebrecht, Benedicto Junior e Valter Lana, que teriam se envolvido com Eliseu Padilha no pagamento de propina por conta de uma licitação de 2001. 

"O executivo (Lana) me disse que foi procurado por Eliseu Padilha, que alegou ter ajudado a Odebrecht no processo licitatório (de 2001), portanto fazia jus ao pagamento de 1%", relatou Junior. 

Lana, por sua vez, corroborou a versão do colega. "Ele (Padilha) dizia que havia combinado com a empresa que se isso virasse, teria direito, ao que me recordo, a um percentual maior, alguma coisa em torno de 1% do valor do contrato", disse. 

Defesa 

Eliseu Padilha foi questionado sobre as acusações da Odebrecht, mas se limitou a dizer que confia nas instituições do País. "O ministro disse que confia nas instituições brasileiras, razão pela qual registra de quem tem certeza de que com a abertura das investigações lhe será garantida a oportunidade de exercer amplamente o seu direito de defesa", informou por meio de assessoria de imprensa. 

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