Paim critica Temer e lamenta "momento mais constrangedor" do Parlamento

Paim critica Temer e lamenta "momento mais constrangedor" do Parlamento

Senador petista atacou "carta para o precipício" do vice-presidente

Agência Brasil

Senador petista atacou "carta para o precipício" do vice-presidente

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O senador Paulo Paim (PT-RS) atacou a análise do processo de impeachment argumentando com seus "30 anos no parlamento". Ele fez fortes críticas ao vice-presidente Michel Temer e lamentou a situação no Plenário do Senado. "Confesso que nunca vivi um momento tão constrangedor quanto esse", disparou.

Para o senador, não é aceitável que "uma presidente eleita pelo voto popular seja afastada de forma tão truculenta". "Ela chegou pelo voto e, se depender de nós, não sairá", enfatizou Paim.

Ele também fez críticas contundentes às propostas de Temer a partir do momento que assumir como interino. "A carta do Temer significa rasgar a CLT, que todos construímos com muita luta durante nossas vidas", frisou. "Não é só isso. Querem mexer com profundidade na nossa previdência. Essa carta para o precipício diz que a idade mínima será de 65 ou 67 anos", lamentou.

“Chocado, indignado e triste”

"Eu digo, Michel Temer, e estivemos na Câmara juntos. Naquele período eu respeitava vossa excelência. Agora, estou chocado, indignado e triste", disparou. "Queria dar um conselho: é legítimo que qualquer brasileiro sonhe um dia a chegar à presidência. Mas eu queria dar um conselho. Não o faça dessa forma, atacando a democracia ao entrar pela porta dos fundos. Se submeta ao voto popular", reforçou Paim.

O senador também mandou recado aos outros senadores gaúchos durante seu discurso. "Se olharmos para a história, Getúlio Vargas e João Goulart, não deixaram concluírem seus mandatos. Dilma nasceu em Minas, mas criou sua história lá no Rio Grande do Sul", apontou.

Reforçando seus argumentos, Paim destacou audiência pública que fez com o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto de Figueiredo Caldas, citando as palavras do representante internacional: "Não podemos olhar para o lado quando surgem ameaças à estabilidade institucional, quando surgem situações anômalas que podem ameaçar a legalidade. Hoje não se põe fim à democracia com forças armadas, é com outros meios".

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