Palocci fica em situação crítica após nova denúncia

Palocci fica em situação crítica após nova denúncia

Dilma estaria "desanimada" com o desempenho do ministro

AE

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O governo e setores do PT consideram que a situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) acabou se agravando com as recentes declarações concedidas acerca de suas atividades como consultor. De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff estaria "desanimada" com o desempenho do ministro, o que tornaria a sua situação "insustentável".

A posição de Palocci no governo tornou-se ainda mais frágil após denúncia da revista "Veja" deste final de semana, segundo a qual o ministro pagava aluguel do apartamento onde vive a empresa que estaria em nome de laranjas.

Na sexta-feira, o ministro concedeu entrevista ao "Jornal Nacional" para explicar as atividades da sua consultoria, a Projeto. Mas, segundo parlamentares da própria base governista, as declarações não foram convincentes.

Para interlocutores da presidente, Dilma teria comentado que Palocci ficou devendo respostas sobre os clientes da Projeto, que, segundo ele próprio, foram entre 20 e 25 empresas.

No Planalto já se fala que agora o governo deve entrar num clima de transição na área política. Antes mesmo da entrevista do titular da Casa Civil para tentar esclarecer suspeitas de enriquecimento ilícito, Dilma e auxiliares mais diretos avaliavam que o ministro não conseguiria reverter a sua situação pessoal nem a de engessamento do governo.

Reportagem de revista é um "despropósito", diz advogado de Palocci

O advogado José Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci, afirmou que a notícia da revista Veja sobre o apartamento alugado pelo ministro-chefe da Casa Civil, em São Paulo, é "uma temeridade" e "um despropósito", por atribuir ao inquilino responsabilidades que deveriam ser cobradas da administradora responsável pela locação do imóvel.

Batochio comparou a situação de seu cliente à de um consumidor em relação ao dono do armazém onde ele faz suas compras. "Você não pode ser responsável pelos antecedentes do dono da mercearia onde adquire seus produtos de necessidade básica", afirmou. "Eu acho essa matéria um despropósito. Com todo respeito ao autor da matéria, não tem o menor sentido."



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