Para Amorim, País não pode ser visto como indefeso

Para Amorim, País não pode ser visto como indefeso

Novo ministro disse que vai se empenhar para obter recursos para as Forças Armadas

AE e Agência Brasil

Amorim diz que cabe a ele mais ouvir do que falar

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O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira que o Brasil não pode ser confundido com um país "desarmado e indefeso" e destacou que vai se empenhar para obter os recursos indispensáveis para o fortalecimento das Forças Armadas. O discurso foi feito durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto, que contou com a presença de ministros e comandantes das Forças Armadas.

O ministro ressaltou que "de maneira serena", cabe a ele "mais ouvir do que falar", sem referir-se diretamente ao antigo ministro, Nelson Jobim. Amorim observou que, embora seja um país que vive em "paz" com os vizinhos, o Brasil não pode abrir mão da vigilância.

O ministro sucede a Nelson Jobim, que pediu demissão na última quinta-feira após a repercussão negativa de declarações à revista Piauí. Jobim não compareceu à cerimônia no Planalto. "Há um descompasso entre a crescente influência internacional e a nossa capacidade de respaldá-la no plano da Defesa", disse.

"Devemos reforçar a cooperação com países da região, pretendo atribuir ênfase e relacionamento de defesa com países africanos, juntamente com o Itamaraty, continuaremos a dar nossa contribuição", afirmou Amorim.

                             

Perfil das tropas e cortes


Amorim disse ter consciência de que o perfil das tropas é bem diverso do que vigorava no início da redemocratização do País e enfatizou a necessidade de refletir sobre temas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de raça, gênero e crença.

O ministro sinalizou ainda que, apesar dos cortes orçamentários implantados pelo governo no primeiro semestre do ano, será necessário investir em equipamentos de defesa. "Conto com a compreensão dos meus colegas da equipe financeira. O próprio documento legal que instituiu a estratégia nacional de defesa estabelece vínculo indissociável com a estratégia nacional de desenvolvimento", declarou.

Essa estratégia, na visão de Amorim, é fundamental diante do reposicionamento do Brasil no cenário internacional. "Hoje é preciso admitir que nossas forças sofrem de carências. Há um descompasso entre a recente influência internacional brasileira e a nossa capacidade de respaldar isso no plano da defesa. Uma não será sustentável sem a outra."

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