Para relator, Perillo mentiu em depoimento à CPI do Cachoeira

Para relator, Perillo mentiu em depoimento à CPI do Cachoeira

Deputado Odair Cunha afirma que venda da casa é "história montada" para esconder relação do governador de Goiás com Carlinhos Cachoeira

Agência Brasil

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Após ouvir o depoimento do arquiteto Alexandre Milhomen, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), concluiu que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mentiu em depoimento prestado à comissão no dia 12 de junho. De acordo com o relator, Perillo teria "montado" a história da venda da casa para esconder sua relação com o empresário Carlos Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado pela Polícia Federal (PF) como líder de uma organização criminosa que envolve políticos e empresários.

Ao ser indagado se o governador teria mentido em seu depoimento, Cunha respondeu: "Com certeza. Está evidente que a história foi montada. A história da casa é para negar a relação do governador com o senhor Carlos Cachoeira", disse o relator.

Milhomen disse à CPI que foi contratado por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, para decorar a casa na qual que ela moraria provisoriamente. Pelo serviço, o arquiteto disse ter recebido R$ 50 mil, pagos em cinco parcelas de R$ 10 mil. O arquiteto também calculou que as compras de móveis e objetos de decoração para a casa somaram cerca de R$ 500 mil, pagos por Andressa. "Quem comprou a casa foi o senhor Carlos Cachoeira, os áudios mostram isso, e aqui o arquiteto disse que quem o contratou foi a senhora Andressa", informou o relator.

As gravações interceptadas pela PF indicam que os serviços prestados pelo arquiteto foram contratados em maio de 2010, antes que ocorresse a negociação do imóvel da forma que o governador informou ao colegiado. Em fevereiro deste ano, Cachoeira foi preso nessa casa.

Perillo, em seu depoimento, negou ter vendido a casa para Cachoeira. Ele disse que vendeu o imóvel ao empresário Walter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão. "Está evidenciado que a prestação do serviço foi antes da aquisição da casa pelo senhor Walter Paulo e que quem contratou o arquiteto foi o senhor Carlos Cachoeira, para fazer uma decoração vultosa que custou mais de R$ 500 mil com a aquisição de móveis”, disse o relator.

Cunha avaliou que não há necessidade de se tomar um novo depoimento de Perillo. "Nós vamos agora continuar buscando meios de provar, para desmontar a tese aqui desenhada, a história montada pelo governador Marconi Perillo”, afirmou.

Outro ponto confirmado pelo arquiteto durante o depoimento é que parte do pagamento pela decoração foi paga pela empresa Alberto e Pantoja, que, segundo a Polícia Federal, recebeu repasses da Delta Construções, investigada como parte do esquema atribuído a Cachoeira. O relator informou que os próximos passos da CPI buscarão estabelecer os vínculos de Cachoeira dentro da estrutura do governo de Goiás. A próxima reunião administrativa da CPI está marcada para o dia 5 de julho.

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